O MOCINHO DO BRASIL – A HISTÓRIA DE UM FENÔMENO EDITORIAL CHAMADO TEX
Autor: Gonçalo Junior.
Preço: R$ 39,90
Número de páginas: 224
Data de lançamento: Abril de 2009
Sinopse: O livro examina a extensa trajetória editorial de Tex na Itália e no Brasil, desde seus primórdios até os dias atuais.
Positivo/Negativo: Apesar de ter melhorado muito o cenário para este tipo de livro no Brasil, ainda é um ato de heroísmo escrever e publicar obras teóricas sobre quadrinhos. As tiragens são muito baixas e certamente não é o retorno financeiro que incentiva autores e editores, mas sim o gosto pelo assunto.
Gonçalo Júnior é um grande pesquisador e, de quebra, tem um dos melhores textos entre os que escrevem sobre quadrinhos e cultura popular no Brasil. Seu livro A Guerra dos Gibis deveria ser presença obrigatória nas estantes de todos que leem quadrinhos no Brasil.
Além disso, seus outros livros, sejam sobre as garotas do Alceu Penna, o genial Benício, as femme-fatale dos quadrinhos e muitos outros, são todos muito bons. Só O Homem Abril destoa, não pelo conteúdo, que é interessante, mas por estar repleto de erros de revisão, a ponto de quase comprometer sua leitura.
O Mocinho do Brasil tem tudo para agradar os fãs de Tex e também aqueles que, não sendo fãs do personagem, se interessam pela história das HQs. "Fenômeno editorial" é uma ótima definição para o caubói da Sergio Bonelli Editore, pois nenhuma outra HQ é publicada de forma continua no Brasil há tanto tempo. Nem mesmo o Pato Donald ou a Turma da Mônica.
E isso contando só a fase que começou com a publicação de Tex # 1, da Vecchi. Se for acrescida a fase em que o personagem saiu na Júnior, da Rio Gráfica, a façanha fica ainda mais impressionante.
Com seu texto enxuto por toda a história editorial de Tex, Gonçalo revela os bastidores de certas histórias, conta em detalhes as razões de diversas decisões editoriais e apresenta depoimentos de quem estava presente nesses bastidores.
Basta dizer que boa parte da história da hoje esquecida Editora Vecchi é mostrada aqui pela primeira vez e o livro já passa a valer a pena, mesmo para quem não gosta de Tex.
O livro traz também uma pérola gráfica: todas as capas de Júnior são reproduzidas em cores num caderno especial, graças ao colecionador Antonio José da Silva, citado no livro.
Mas O Mocinho do Brasil tem alguns problemas também. Como em O Homem Abril, há diversos erros de revisão, não apenas no português, mas na checagem de datas e outros dados, que muitas vezes se contradizem ao longo do próprio livro.
Só para dar um exemplo, na página 52, o autor conta que o primeiro número de Tex pela Vecchi trouxe como brinde um chaveiro; mas na 54 diz que foi um arco e flecha em miniatura (esta é a opção correta).
Nada grave ou que tire o mérito da publicação, mas algo que pode perfeitamente ser corrigido numa próxima edição.
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