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O PLANETA DOS CONDENADOS # 1

2 outubro 2009


Autores: Bill Willingham (texto dos capítulos 1 e 2), Matthew Sturges (texto dos capítulos 3 e 4), Sean Chen (desenhos), Walden Wong (arte-final) e John Kalisz (cores). Tradução e adaptação de Edu Tanaka e Fabiano Denardin. Originalmente publicado em
Salvation Run # 1 a # 4).

Preço: R$ 8,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 2009

Sinopse: Nos últimos meses, o Esquadrão Suicida vinha sequestrando todos os supervilões da Terra, um a um.

Agora é revelado o destino dos bandidos: um planeta distante, cheio de armadilhas mortais e feras letais.

É lá que os vilões terão que aprender a conviver entre si para tentar sobreviver. Ao menos, enquanto não encontram a lendária Zona Segura, uma área sem monstros nem perigos.

Positivo/Negativo: Com seus argumentos fracos e suas tramas disparatadas, a minissérie Contagem regressiva se tornou um Midas invertido no Universo DC. Tudo de que se aproxima vira lixo.

Tem muita história infectada pela saga de Paul Dini & companhia nas revistas mensais da linha DC e em especiais.

O planeta dos condenados é só mais um desses exemplos.

De certa forma, a HQ em si não é ruim. A narrativa é bem cuidada. O roteiro, ainda que arrastado, tem sacadas interessantes. A arte é legal.

Só que os principais problemas de O planeta dos condenados vêm justamente de antes de a história começar. Eles estão no argumento, que é derivado de Contagem regressiva.

Por si só, a ideia de prender supervilões soa bastante inverossímil. Afinal, trata-se de capturar seres bastante poderosos, alguns deles capazes de causar complicações até mesmo pra Superman e Batman.

O mais provável é que eles tivessem reagido, afinal, edições recentes das histórias da Liga da Justiça mostraram todos eles lutando em um grande colegiado.

Mesmo considerando que o improvável feito tenha sido realizado, ainda assim a história usa um argumento recém visto na concorrente Marvel: na série Planeta Hulk, o monstro verde é exilado em um planeta distante para não causar mais problemas.

Logo adiante, também no universo de Stan Lee, vilões e heróis rebeldes foram exilados em uma prisão interdimensional durante a Guerra Civil.

Portanto, repetir a dose só reforça a hipótese de que as editoras de super-heróis passam por uma severa crise de criatividade.

Nem sempre é fácil manter o leitor distante desse material de pouca qualidade. Afinal, o discurso corrente é de que essas histórias são importantes para a cronologia - o que é pura balela, claro. É só olhar para o que ficou em pé nos últimos anos: HQ que faz história é HQ boa.

Mas o leitor que ainda assim ficar em dúvida tem outro fator para ajudá-lo a desistir da compra: o preço. É que, apesar de a minissérie seguir o padrão das revistas mensais da editora, está custando R$ 1,40 a mais. Se o preço ajudar o leitor a guardar seu dinheiro para compras melhores, não chega a ser um mau negócio.

 

Classificação:

4,0

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