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O PRIMEIRO DIA

1 dezembro 2007


Título: O PRIMEIRO DIA (Casa
21
) - Edição especial

Autor: Guazzelli (texto e arte).

Preço: R$ 25,00

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Dezembro de 2007

Sinopse: Um calendário marca 12 meses, cada um com uma história diferente sobre um mundo que tomou o rumo para sua própria extinção.

E esse mundo é justamente o nosso.

Positivo/Negativo: A capa é belíssima, simples e eficiente, com um Mickey acorrentado andando por um campo branco. Está entre as melhores do ano.

Por trás dela, o artista Eloar Guazzelli Filho une 12 histórias sobre um só tema: o mundo, este em que vivemos, está numa situação tenebrosa. Há guerras, miséria, violência física e espiritual, falta de respeito e de consideração, coisas que corroem e contaminam o pouco que resta de decente.

A resposta é enérgica: vem em uma série de 12 HQs intensas.

A arte é predominantemente em linhas pretas fortes e definidas, com uso de tons de cinza em algumas histórias.

O texto é vigoroso, não fica em cima do muro. Mesmo quando é poético, não deixa espaço para meias palavras.

Na narrativa há pouco do esquema mais convencional, em que o texto e a arte se sobrepõem para contar a história. Com uma aproximação intensa com algo mais experimental, Guazzelli faz texto e arte se separarem para, somando esforços, radicalizar o sentido de suas idéias.

A HQ é muito bem-sucedida - apesar de densa no conteúdo, tem uma leitura leve e vertiginosa graças à forma eficiente com que foi trabalhada.

O que atrapalha, pena, são os erros de revisão, que volta e meia aparecem nas revistas. Entre eles, coisas simples como "vocês tem" e "eu quis saber o por quê", ausências de acentos em palavras como "ninguem", "la", "galaxias", "frequentemente", "familia" e "tranquila" e um punhado de vírgulas que não deram as caras quando se fizeram necessárias.

Erros à parte, O Primeiro Dia é uma das mais instigantes HQs nacionais deste ano. Ela tem seus méritos técnicos em arte, texto e narrativa, sim, mas eles são superados pela própria história.

Afinal, são contos de desesperança, mas que trazem dentro de si uma esperança gritante num futuro melhor - seja ele qual for, seja como for. Sabe-se lá como se faz para construí-lo, mas o primeiro passo é se dar conta de que é preciso se mexer.

Classificação:

4,0

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