O PROLONGADO SONHO DO SR. T
Título: O PROLONGADO SONHO DO SR. T (Zarabatana
Books) - Edição especial
Autor: Max (texto e arte).
Preço: R$ 29,00
Número de páginas: 80
Data de lançamento: Dezembro de 2006
Sinopse: Cristóvão T. sonhou por 40 dias consecutivos e, quando acordou, registrou tudo em um álbum - que recheia as páginas de O Prolongado Sonho do Sr. T.
Enquanto dormia, o personagem entrou em uma busca insana por um misterioso homem chamado Scallywax (ou Waggs ou Escalibachs ou Skully Waggs). No caminho, encontra-se com outros seres, que também têm seus sonhos.
Positivo/Negativo: A tradição de ficção onírica se esparrama por diversas artes. Os quadrinhos não são exceção - desde os primórdios, com o estupendo Little Nemo in Slumberland, até o recente e cultuado Sandman, de Neil Gaiman. A chegada de O Prolongado Sonho do Sr. T reforça o tremendo poder que os sonhos têm quando inspiram artistas.
Trata-se, desta vez, de um mergulho no inconsciente, com seus tropeços e armadilhas, mas também com descobertas valorosas - seguindo a velha linha de que ninguém acorda diferente de um sonho.
Como na tradição xamânica, que chegou aos nossos dias influenciando a contracultura norte-americana dos anos 60, sonhar é uma experiência de autodescoberta. Não é por acaso que a psicanálise adora explorar sonhos alheios.
A arte em preto-e-branco de Max acompanha a viagem de Cristóvão T. em busca de Scallywax (ou Waggs ou Escalibachs ou Skully Waggs ou seja como for) e de suas manifestações, e é bom que o leitor acompanhe as pistas largadas pelo cenário.
O traço vai mudando e se adaptando ao clima que o autor quer passar a cada momento. Por vezes, é tão pop quanto um desenho animado do Cartoon Network, em outras é tão naïf quanto uma xilogravura.
O pequeno álbum, bem-editado, de leitura deliciosa, marca a estréia da editora Zarabatana, de Campinas, que promete publicar quadrinhos adultos do mundo todo.
Além disso, contempla um filão que ainda estava largado no boom dos quadrinhos dos últimos anos: pega um autor que chegou por aqui pelas páginas da extinta revista Animal. Max fazia, na época, seu divertido Peter Punk, versão pervertida do personagem de J.M. Barrie.
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