O SENHOR DAS HISTÓRIAS
Editora: Nemo - Edição especial
Autores: Wellington Srbek (roteiro) e Will (desenhos).
Preço: R$ 19,00
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Julho de 2011
Sinopse
Conto sobre Anansi, o velho aranha da mitologia africana, senhor de todas as histórias.
Positivo/Negativo
Há alguns anos, o principal edital de compras governamentais de livros, o PNBE - Programa Nacional Biblioteca da Escola, incluiu em seu texto "histórias em quadrinhos". Como reflexo disso, editoras com enfoque escolar e que sempre participam dessas concorrências, passaram a investir em HQs.
Disso surgiram muitos trabalhos de qualidade, outros nem tanto, mas o resultado, aliado a um crescimento do interesse do público nas livrarias, fomentou uma mudança radical no mercado brasileiros.
A editora mineira Autêntica foi uma das que abriu seu braço de quadrinhos, a Nemo, que estreou recentemente com este O Senhor das Histórias, além de mais alguns títulos.
Sob a batuta do ótimo roteirista Wellington Srbek (Estórias Gerais), a editora aposta numa linha que mescla livros com clara aplicação escolar, como é o caso deste O Senhor das Histórias e seu "irmão", que conta com a mesma equipe criativa, Ciranda Coraci, e álbuns livros europeus refinados, como Corto Maltese, de Hugo Pratt, e a Coleção Moebius.
O Senhor das Histórias pode facilmente ser usado em sala de aula como leitura paradidática. A cultura africana, outro tópico que só recentemente foi visto como essencial nas escolas brasileiras, é o pano de fundo desta bela fábula.
O roteiro de Srbek apresenta uma narrativa de um avô a seus netos contando a fábula de Anansi, o senhor das histórias do título. Tal qual os mitos gregos e de outras religiões, o protagonista é um ser humano especial, dotado de habilidades mágicas e tem de enfrentar deuses e provações complicadas para conseguir salvar o seu povo.
Então, Anansi faz uso da sua astúcia e da sua habilidade como contador de histórias.
O bom roteiro é competentemente ilustrado por Will. Dado o público ao qual o livro se destina, o desenhista deu uma cara mais infantil ao seu traço vetorial e não ousa muito nos requadros. Já a diagramação das páginas é incrementada com imagens de teias de aranha, como as que o velho Anansi usa para tecer suas histórias e seus caminhos.
A paleta de cores é clara e festiva, novamente para agradar o público infanto-juvenil.
O resultado é um livro redondinho, que cumpre o seu papel de entreter e deixa uma grande abertura para qualquer professor trabalhá-lo em sala de aula. Deve figurar na lista de alguns editais no final de 2011.
Por fim, uma curiosidade: Anansi é o mesmo ser mitológico usado por Neil Gaiman em seu romance Os filhos de Anansi.
Classificação: