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O SOLDADO DESCONHECIDO # 1

1 dezembro 2004


Autores: Para Salvar um Pardal - Bob Haney (história), Dick Ayers (desenhos) e Gerry Talaoc (arte-final);

A última arrancada - Bob Rozakis (história) e Rick Estrada (desenhos);

O brinde fatal - Bill Kelley (história) e Fred Carrillo (desenhos);

Um Flash Salvador - Jan Laurie (história) e Jerry Grandenetti (desenhos).

Preço: Cr$ 20,00 (preço da época)

Número de páginas: 28 (formatinho - 13,5 x 20,5 cm)

Data de lançamento: Setembro de 1980

Sinopse: uma revista mix sobre com temática de guerra. São quatro histórias: uma do Soldado Desconhecido (Para Salvar um Pardal), uma da guerra civil americana (A última arrancada), uma com Andy Stewart, a enfermeira de guerra (O brinde fatal) e uma sobre mulheres na guerra (Um flash salvador).

A do Soldado Desconhecido está recheada de clichês, como a superioridade física e intelectual do herói, saídas mirabolantes e, claro, a virilidade e frieza do personagem principal. Ele, após fracassar numa missão de resgate, se oferece como substituto do prisioneiro, mas agora está nas mãos de um carrasco nazista. Uma trama no melhor estilo Missão Impossível.

Na segunda história, num exercício de superpatriotismo, é mostrada uma história ambientada durante a guerra civil estadunidense, na qual um jovem soldado é morto sem conseguir realizar seu sonho: ver a libertação dos escravos... Ironicamente, isso é contado da forma mais piegas e politicamente incorreta possível, pois ele é morto por um negro.

Na terceira aventura, Andy Stewart, depois de capturada na França ocupada pelos homens de Hitler, consegue enganar a todos e fugir. Ao voltar para casa, no lugar de felicitações encontra a dureza da guerra.

Finalizando, num conto no mínimo insólito, é mostrada uma batalha na qual graças à coragem de uma repórter fotográfica e a sua perspicácia em usar o flash de sua câmara como lanterna consegue, durante uma noite inteira, evitar que uma tropa japonesa usasse a escuridão para tomar uma posição americana.

Positivo/Negativo: Uma apologia à superioridade estadunidense. Contos medíocres com temática recheada de preconceitos.

Destaque para o personagem Soldado Desconhecido. Bem diferente da versão de Garth Ennis, este é o personagem clássico, a materialização do mito universal do herói sem rosto, aquele combatente, que ninguém sabe ao certo quem foi, mas que, num determinado momento, morreu de forma heróica. No Brasil, nos Estados Unidos, em Portugal e em vários outros paises há homenagens a esses bravos.

Nos quadrinhos, o personagem era uma pessoa qualquer que o infortúnio transformou no Soldado Desconhecido. Harry e seu irmão caçula se juntaram ao exército americano para lutar pelos aliados na II Guerra Mundial. Servindo na mesma unidade, eles sempre conversavam sobre o conflito e como um homem, no lugar certo e na hora certa poderia fazer a diferença. Durante um desses diálogos, foram atingido por uma granada, matando Harry e desfigurando irreparavelmente o caçula.

O rapaz, cujo nome jamais foi revelado, se tornou o Soldado Desconhecido, incorporou o lema "um homem, no lugar certo e na hora certa pode fazer a diferença" ao seu estilo de vida. Treinou arduamente até se transformar num verdadeiro exército de um homem só.

Os desenhos são muito bons, como era comum na época. Artistas com traços realistas eram escalados para desenhar histórias de guerra, e Dick Ayers, cujo nome foi grafado errado na revista, mostra uma narrativa visual competente, com destaque às passagens de cena e pluralidade de planos de enquadramento utilizados.

A narrativa é enriquecida pela utilização de quadrinhos em destaque, como forma de guiar o olhar do leitor e dar ênfase a uma ou outra cena.

Ponto Positivo a bela capa desenhada pelo Mestre Joe Kubert.

Uma revista legal, sobretudo para os admiradores das histórias de guerra, mas que vale mais como item de coleção do que como uma boa opção de divertimento. A melhor história é a do Soldado Desconhecido, que, entretanto, não é concluída na mesma edição.

Classificação:

4,0

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