Confins do Universo 204 - Marcelo D'Salete fazendo história (em quadrinhos)
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O SUBMUNDO DE GOTHAM # 1

6 setembro 2009


Autores: Frank Tieri (texto), Jim Calafiore (desenhos; arte-final das páginas 27 a 30), Jack Purcel (arte-final) e Brian Reber (cores). Tradução e adaptação de Edu Tanaka e Fabiano Denardin. Originalmente publicado em Gotham Underground # 1 a # 4).

Preço: R$ 8,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Abril de 2009

Sinopse: O Esquadrão Suicida tem sequestrado vilões do mundo inteiro - e um antro como Gotham City não vai passar batido.

O problema é que Bruce Wayne veste o terno e o bigode de Fósforos Malone, e não o manto de Batman, quando o grupo chega à cidade - e acaba capturado também.

Positivo/Negativo: O roteirista Paul Dini é um nome central nas histórias da DC Comics que a Panini vem publicando no Brasil atualmente.

Por um lado, ele é coautor, ao lado de Grant Morrison, de uma boa fase de aventuras de Batman.

Por outro, é o maestro da catastrófica minissérie Contagem regressiva - um petardo superficial, bobo e sem rumo que atingiu o Universo DC nos últimos meses.

Contagem regressiva não é apenas ruim em si, como também contaminou boa parte dos títulos da casa com bobagens como um Jimmy Olsen elástico, mortes babacas de Novos Deuses e improváveis sequestros de supervilões pelo Esquadrão Suicida.

Pois O submundo de Gotham é um encontro dos dois Paul Dini. Com desvantagens nítidas para o bom Dini de Batman.

O Dini de Contagem regressiva mostra a virulência do monstro que ele mesmo criou - e que inevitavelmente chegou a Gotham City.

O roteiro da minissérie não é de Dini, e sim de Frank Tieri.

Tieri é egresso da Marvel, editora na qual escreveu diversos títulos, como Wolverine, Excalibur e Homem de Ferro. Suas melhores histórias são insossas. As piores, lamentáveis.

Ao seu lado está o artista Jim Calafiore, parceiro do escritor em Excalibur, desenhista de alguns dos rostos mais feios dos quadrinhos.

Calafiore até que se dá bem. Seus rostos continuam medonhos, mas seu trabalho parece menos preguiçoso no que diz respeito aos cenários e à narrativa.

Mas Tieri não tem conserto: o roteiro tem diálogos horrendos, que começam na cena em que o Comissário Gordon sugere que Robin treine sua chegada furtiva. Depois dele, há outros tão ruins quanto. Tudo é envolto em uma coleção impressionante de clichês.

Chega a dar pena. Pena generalizada, aliás: dos criadores, que se expõem ao papelão de fazer uma HQ tão ruim; dos editores originais, por deixarem isso ir às gibiterias; dos editores nacionais, obrigados a ler essa porcaria diversas vezes; dos leitores, por gastarem seu dinheiro; ou ainda das árvores que deram origem a todo o papel necessário para imprimir essa bobagem.

Vale destacar, aliás, que a própria Panini está dificultando o acesso à revista. É que a publicação custa R$ 8,90, ou seja, R$ 1,40 a mais do que os R$ 7,50 cobrados pelos títulos de linha da editora, que têm as mesmíssimas características gráficas.

As explicações para o preço mais alto podem ser as mais diversas, mas não importa. Se a diferença ajudar o leitor a optar por uma leitura melhor, o R$ 1,40 já cumpriu um bom papel.

O discurso não é catastrófico nem prega o fim dos quadrinhos de super-heróis.

Pelo contrário: o desempenho recente da DC Comics já provou que Contagem regressiva é um vespeiro - quanto mais se mexe, pior fica a situação. O ideal seria ignorá-la para sempre - abrindo espaço para histórias bacanas como as de Paul Dini em Batman.

 

Classificação:

4,0

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