Confins do Universo 204 - Marcelo D'Salete fazendo história (em quadrinhos)
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ÓDIO

1 dezembro 2010

ÓDIO

Editora: Via Lettera - Edição especial

Autor: Peter Bagge (roteiro e arte).

Preço: R$ 34,00

Número de páginas: 120

Data de lançamento: Junho de 2001

 

Sinopse

Buddy Bradley é um cara com um passado ruim de lembrar, um presente pouco promissor e um futuro previsivelmente frustrante.

Positivo/Negativo

O protagonista de Ódio, Buddy, é uma espécie de alter ego de seu criador, Peter Bagge. Esse recurso do elemento autobiográfico pode ser encontrado em vários autores norte-americanos de HQ.

Harvey Pekar, de Bob & Harv, Robert Crumb, de Minha vida, Dash Shaw, de Umbigo sem fundo, Craig Thompson, de Retalhos, Chris Ware, de Jimmy Corrigan, só para citar alguns. Entretanto, Bagge tem seu ponto particular em relação aos demais.

Embora se alinhe a Pekar e Crumb como um artista underground, Bagge usa uma representação não apenas de si, mas do que tem de pior. Ao levar ao extremo algumas de suas características particulares, ele consegue representar o pior de uma geração.

E a autocrítica contra si e a sua geração se converte em autoironia e em um "humor mal-humorado". O traço de Bagge é bastante caricatural, com exagero de reações típicas de desenho animado.

Esse humor de expressão mais física, embora divertido, é o menos interessante em Ódio. A maior parte das risadas é guardada pras situações que Buddy Bradley vive.

Todas as situações absurdas, porém verossímeis, são avaliadas por um mau humor divertido e inerente a cada página.

Além de bom desenhista, Bagge é ótimo narrador visual. A história que abre o álbum, contada da perspectiva do leitor, é muito bem elaborada e inteligente do ponto de vista narrativo.

O trabalho editorial também é bacana, com um prefácio de JD King que já coloca o leitor no clima do álbum. Fechando a edição, um conto surreal sobre a publicação da coletânea do trabalho de Bagge.

Anos antes dessa onda de publicação de HQs baseadas nas vidas de seus autores, a Via Lettera publicou este álbum, que embora não seja tão revolucionário na forma e tão tocante no conteúdo, é das mais divertidas delas.

Classificação:

4,0

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