OMAHA - A STRIPPER
Título: OMAHA - A STRIPPER (Conrad
Editora) - Edição especial
Autores: Reed Waller (texto e arte), Kate Worley (texto).
Preço: R$ 29,00
Número de páginas: 128
Data de lançamento: Junho de 2006
Sinopse: Uma gata (literalmente, embora seja antropomórfica) decide se tornar dançarina de um clube de strip, onde conhece um jovem artista.
Mas os tempos são duros e moralistas - e logo a prefeitura da cidade decide tornar ilegais os estabelecimentos ligados ao sexo, o que dá uma grande reviravolta na vida da moça.
Positivo/Negativo: O terceiro volume da Coleção Eros, dedicada aos quadrinhos eróticos, traz ao Brasil um clássico dos anos 70. Criada por Reed Waller, mas escrita por Kate Worley a partir do segundo número, Omaha é um passeio pelo sexo pré-Aids, em que as dinâmicas de repressão eram fenômenos muito mais sociais e morais do que de fato um controle de epidemia.
A dupla evoca Fritz The Cat ao criar um universo de animais antropomórficos que vivem em um submundo desregrado. Chuck, o artista que se envolve com a stripper, é listrado como Fritz. E, apesar de o desenho ficar aquém do traço magistral de Robert Crumb, vai mais direto ao ponto. Ou seja: Omaha é gostosa pra caramba, com peitos incríveis e, para o bem e para o mal, mais mulher que as gatinhas do pai dos comix.
O ponto forte da obra é mesmo o roteiro. Há sexo, sim, e bastante explícito, com fartura de detalhes e alguns clichês pornôs. Mas a grande sacada é que as transas fazem de fato parte importante da construção da narrativa. A história começa com a entrada de Omaha no ambiente dos clubes de strip e evolui para uma trama bem amarrada de complô e ação.
No álbum, além dos primeiros contos de Omaha, estão histórias que Waller e Worley fizeram posteriormente, como um elo em flashback para unir pontas soltas. A publicação foi montada na ordem cronológica dos personagens. Outro destaque da edição são as esclarecedoras introduções de James Vance e do próprio Waller.
Infelizmente, mais uma vez, a Conrad usa um artifício bastante chato: não avisa ao leitor em lugar algum que o álbum é o primeiro de uma série (mesmo que talvez ela nunca venha a se completar). Apenas um recordatório no último quadrinho informa que a aventura - que, a essas alturas, está em seu auge - continuará em um (quem sabe...) segundo livro.
Diferentemente do original norte-americano, que desde a capa trata o álbum como o primeiro volume de uma série, o livro editado pela Conrad sugere que a história será autocontida.
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