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OS GRANDES CLÁSSICOS DE TEX # 1

1 dezembro 2006


Título: OS GRANDES CLÁSSICOS DE TEX # 1
(Mythos Editora)
- Revista bimestral
Autores: Giovanni Luigi Bonelli (roteiro), Galep (desenhos) e Virgilio Muzzi (capa).

Preço: R$ 12,90

Número de páginas: 224

Data de lançamento: Fevereiro de 2006

Sinopse: Enviado pelo comando dos rangers para a fronteira Arizona/Colorado para combater o tráfico de armas, que pode eclodir numa guerra índia, o jovem Tex cai prisioneiro dos terríveis Navajos e vai parar no poste dos martírios, sendo rapidamente condenado ao sacrifício.

No entanto, uma bela jovem, a filha do cacique, moça educada pelos brancos, querendo acabar com os problemas entre seu povo e os brancos, diz que se casará com o prisioneiro.

Sua vontade é satisfeita e Tex salva a pele. Então, tem chance de falar e coloca os índios a par de tudo, inclusive dos graves problemas que enfrentarão se continuarem no caminho da guerra.

Tex vai a Durango, investiga e descobre o envolvimento do agente indígena, de um casal de comerciantes (Jerry Stone e Bessie) e do xerife. Desvenda ainda o nome dos fornecedores de armas: Brennan & Teller.

Usando uma roupa negra e um capuz, o herói enfrenta os traficantes e destrói o depósito, causando enormes prejuízos aos bandidos. Ao voltar pra aldeia, recebe o nome de Águia da Noite, devido ao seu traje, e ganha um cão de presente do seu sogro, ao qual dá o nome de Satã.

Então, um índio rebelde rapta a esposa de Tex. Mas o ranger vai em seu encalço. Era o início da sua saga perante os índios.

E não bastassem os problemas com os índios, Tex e Carson ainda terão que enfrentar Trenton, um pistoleiro enviado pelos bandidos antes derrotados. E aí, a ajuda dos Navajos será fundamental.

Positivo/Negativo: A capa é tão sugestiva e condizente com o roteiro, que nem parece que se trata de uma aventura antiga de Tex. Até a história, tão conhecida, está tão bem adaptada, que quase faz esquecer o fator reprise.

Assim era o Tex dos velhos tempos, capaz de mil façanhas para atingir o ápice da lei, movimentando-se como uma manada enfurecida, sem arredar pé dos seus objetivos. Esse foi o personagem que arrebanhou uma multidão de fãs pelo Brasil. Assim Bonelli conquistou o respeito dos leitores.

Os primeiros desenhos do Galep eram simples e diretos, mostravam a ação e pronto, sem devaneios nem busca de perfeição ou obra de arte. Eram perfeitos e casavam bem com o roteiro. E quando isso ocorre, o resultado é uma aventura que envolve o leitor.

Esta trama é uma daquelas que define indelevelmente o que é bom e merece ser respeitado, pois apresenta um homem bom, corajoso e amigo; coloca o leitor dentro da vivência de uma tribo indígena, antes beligerante; traz um momento importante da vida de Tex: o casamento com Lilith; diz como o herói se tornou Águia da Noite; afirma que a cor do Dinamite era branca; conta de onde veio o cão Satã; e como foi o início da briga pessoal com Brennan & Teller, que culminou na morte da sua esposa, tempos depois.

Quando foi lançada pela primeira vez, em dezembro de 1978 (Tex # 94 - O Pacto de Sangue - O Casamento de Tex), foi um sucesso estrondoso, que repercutiu durante anos entre os leitores. A pergunta que ficou, na época, é como se pôde negar tal felicidade aos fãs brasileiros, durante tanto tempo, mas isso é outra história.

Ao leitor novato ou de ocasião, um aviso: esta é uma história daquelas para jamais será esquecida, pois apresenta basicamente o nascimento de um herói.

Além da nova tradução, o consultor Bonelli/Mythos Julio Schneider assina as matérias A Esposa Índia, que coloca aos leitores as explicações necessárias de alguns detalhes da trama e comenta passagens importantes; e Tex em Tiras, na qual explica o emaranhado de mudanças que permearam os caminhos do herói naqueles dias longínquos.

Um belo desenho de Galep como frontispício, no qual Tex tasca um beijo em Lilith ao chegar de uma viagem, descortina as portas dessa coleção que se inicia, sobretudo para novos leitores, que desconheciam as aventuras antigas.

Além disso, há uma sátira bastante inusitada de G. Nolitta e Galep, trazendo um Tex "galinha", que tramita furtivamente pelas cabanas durante a noite e é apanhado em flagrante, tomando um caldo da esposa - simplesmente imperdível - fecha de forma positiva esta edição.

A edição só não é perfeita, devido a três falhas nas letras, nas páginas 24, 81 e 110.

 

Classificação:

4,0

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