Título: OS INVISÍVEIS # 16 (Brainstore) - Revista Mensal

Autores: Grant Morrison (roteiro) e Paul Johnson (desenhos).

Preço: R$ 7,90

Número de páginas: 24

Data de lançamento: Novembro de 2003

Sinopse: Londres: Vagando sem destino pela capital da Inglaterra, Dane McGowan começa a se lembrar de partes de seu treinamento com Tom Maluco, que haviam ficado soterradas nos abismos do inconsciente.

Enquanto isso, Sir Miles e seus caçadores de raposas conseguem localizá-lo.

Positivo/Negativo: Uma edição incomum de Os Invisíveis, por apresentar inúmeras respostas para questões deixadas em aberto desde as primeiras histórias. Claro que as revelações acabam gerando uma infinidade de novas perguntas, mas… isso é Grant Morrison.

Segundo o texto de Alexandre Mandarino, na seção Tinta Invisível, o episódio dá inicio à fase final dessa primeira série. Os acontecimentos aceleram-se, respostas vão aparecendo, nunca fáceis, jamais óbvias, mas a narrativa começa a tomar uma forma mais coesa e a lógica interna do título vai ficando mais nítida.

Fascinante é notar o quanto Os Invisíveis é semelhante à megablockbuster trilogia The Matrix. Além das referências a uma realidade underground oculta sob o cotidiano comum, às menções a forças transdimensionais (máquinas, no caso da obra dos filmes) que comandam o destino dos seres humanos, agora Dane McGowan é declarado o "escolhido", destinado a ser o salvador da humanidade. É de se pensar se os irmãos Wachowski, grandes fãs de HQs, não possuíam Os Invisíveis em suas coleções.

Claro que as semelhanças param por aí. Matrix é muito superficial em comparação com a série de Morrison. Muito de seu potencial filosófico se perde nas necessidades mercadológicas de um blockbuster.

Morrison, ao contrário, tem plena liberdade para ser profundo e sofisticado o quanto queira. O resultado é uma história que desafia como poucas a inteligência dos leitores.

Neste episódio deve-se destacar os interessantes desenhos de Paul Johnson na seqüência da abdução de Dane (um toque de Arquivo X) e os jogos de linguagem nas falas dos "alienígenas". O confronto mental entre Dane e Sir Miles, além de evocar novamente The Matrix, tem mais do que um quê de Scanners, de David Cronenberg.

No próximo número, começa mais um arco de histórias: Entropia no Reino Unido, com desenhos de Phil Jimenez. A coisa está esquentando. Vale a pena ver no que vai dar.