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OS MAIORES CLÁSSICOS DO CAPITÃO AMÉRICA # 1

1 dezembro 2008


Autores: Roger Stern (argumento e texto), John Byrne (argumento, desenhos e parte da arte-final), Joe Rubinstein (arte-final), Jim Novak, John Constanza e Joe Rosen (cores).

Preço: R$ 28,90

Número de páginas: 208

Data de lançamento: Maio de 2008

Sinopse: Com as memórias da juventude recompostas, o Capitão América começa uma nova vida. Morando no Brooklyn Heights, em Nova York, o herói terá que enfrentar vilões como Mecanus, Batroc, Barão Sangue e Mr. Hyde.

Além disso, o defensor da América é escalado para concorrer às eleições presidenciais.

Na Inglaterra, ainda verá os últimos dias de Union Jack, seu antigo aliado, e ajudará o lendário herói britânico a se reerguer.

Tudo isso com um novo interesse amoroso no pedaço: Bernie Rosenthal.

E mais: a origem do Capitão América recontada.

Positivo/Negativo: A primeira edição de Os Maiores Clássicos dedicada ao Capitão América compila, de uma só vez, toda a passagem de Roger Stern e John Byrne pelo título do herói - morto recentemente, o que serviu de mote para a publicação.

No começo dos anos 80, época em que essas HQs foram publicadas, a dupla era bastante popular. E a série, por tabela, se tornou um dos títulos mais louvados do período.

O problema é que essa fase do Capitão América envelheceu mal. Com o passar do tempo, o material dá sinais de desgaste.

O impacto da passagem de tempo mais visível é no texto. Os personagens falam demais, o tempo todo. O narrador se prolonga nas explicações. Heróis e vilões abusam dos clichês de linguagem. Uma boa poda até que não cairia mal.

A verborragia incontida e gratuita é, por sinal, sintoma de um mal maior: a chatice. E é o que se tem, do começo ao fim do álbum. Em alguns trechos, a leitura chega a ser massacrante.

Até mesmo a tentativa de criar uma vida civil vigorosa para Steve Rogers fracassa. Sua rotina é soporífera. Até a namoradinha, uma sopradora de vidros, é tão sem sal que dá desgosto.

Um dos aspectos que salva as histórias são os argumentos - ou seja, as idéias que dão origem aos roteiros.

É que, entre uma ou outra história pífia (como aquela em que o Capitão América disputa a presidência), as tramas dão sinais de vivacidade. São resquícios das mesmas qualidades que, um dia, fizeram dessas aventuras grandes aventuras.

O último arco, que se passa na Inglaterra, é um bom exemplo dessas qualidades reprimidas. A história da origem do novo Union Jack é bacana. Pena que seja entremeada justamente, de novo, pelo texto enfadonho.

Na prática, as histórias são atrapalhadas por um desenvolvimento fraco, que deixa de explorar até mesmo ganchos tão óbvios quanto intrigantes. Tomando como exemplo o arco de abertura, se vê o confronto de um homem de memórias falsas (Capitão América) contra outros totalmente falsos (os robôs de Mecanus). Mas nada disso é aprofundado pelos criadores.

Mas se há aspecto bacana do álbum é a arte de Byrne. Mesmo que não represente o auge do artista, a HQ chega perto. Tem cenas tão bem conduzidas que quase parecem coreografadas.

Com uma vírgula errada aqui e outra acolá e um punhado aparente de erros de digitação, a edição nacional não é perfeita. Mas, ao menos, está recheada de extras, como belíssimas páginas até então inéditas no Brasil e uma longa entrevista com Roger Stern.

Para um álbum tão chatinho, os especiais são bons para dar uma acordada.

Classificação:

4,0

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