OS MAIORES CLÁSSICOS DO DEMOLIDOR DE FRANK MILLER
Título: OS MAIORES CLÁSSICOS DO DEMOLIDOR DE FRANK MILLER (Panini Comics)
Autores: Frank Miller (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 12,9A
Número de Páginas: 144
Data de lançamento: agosto de 2003
Sinopse: Edição com seis clássicas aventuras, de 1981, mediante as quais foram introduzidos personagens (novos ou redimensionados) e conflitos fundamentais para a legenda do Demolidor: Foggy Nelson, Elektra, Mercenário, Heather, Rei do Crime, Gladiador e o Tucão.
Positivo/Negativo : Pode ser um lugar-comum dos mais irritantes, mas, pelo atual momento histórico que vivemos e pela pertinência do seu conteúdo, convida a uma reflexão: é nos momentos de crises que surgem as grandes oportunidades.
Feita esta introdução, tem-se a dimensão da importância desta edição da Panini. No começo dos distantes anos 80, a época da cultura pop new wave, Daredevil era classificado, mesmo nos Estados Unidos, como um personagem de segundo escalão do universo Marvel. O gibi do herói do duplo "D" era bimestral e, pelo que se deduzia dos gráficos de vendas, estava fadado ao cancelamento.
No Brasil, o personagem pouco aparecia, havia aqui e ali uma aventura em algum almanaque da RGE, mas nada que se comparasse à atenção despertada pelos conflitos do Homem-Aranha ou dos X-Men.
Como já foi afirmado no primeiro parágrafo, uma situação limite e um artista de talento encontraram-se para recriar e salvar da decadência um dos personagens mais dramáticos de Stan Lee. Matt Murdock é um homem sob uma máscara, mas não desaparece por baixo dela. Na verdade, ela torna-a extensão de sua cruzada pela ética e justiça como um advogado cego e incorruptível.
A premissa é das mais interessantes, isto é, de dia há os tribunais e o debate sobre leis; com a noite, os confrontos têm como cenários tanto fedidos botecos, como suntuosas coberturas!
Ora explorando meandros das leis e verificando denúncias de corrupção, ora lançando-se ao submundo de Nova York, Frank Miller criou aventuras de rara inteligência para uma série regular. Havia humor e ironia combinados a páginas de ação frenética e muito bem orquestradas.
Como poucos, Miller consegue explorar as possibilidades de uma seqüência de lutas entre duas páginas (veja a que ocorre nas páginas 48 /49), e encerrá-la com grande expectativa pela descoberta, feita com o virar para a próxima página (o impacto do quadrinho inicial da 50).
Depois de terminado o embate, quando mais nada podia se esperar do confronto, ele cria um novo conflito de suspense e tensão (os dois últimos grupos de quadrinhos da página 51).
Para Miller, o máximo pode ser obtido com o mínimo. Seus desenhos são elementares e contidos. Há uma queda pelo caricaturesco que não atenta contra o frágil equilíbrio de roteiros que procuram conciliar um certo sarcasmo e recorrentes clichês aqui e ali, para nos lembrar que estamos lendo um gibi de um mega-conglomerado de entretenimento, e não um quadrinho de autor (como ele faria, anos depois, em Sin City).
Para discorrer sobre as qualidades e desdobramentos da epopéia que envolve Demolidor, Elektra (que atualmente passa por um período de decadência nas HQs) e o Rei do Crime, seriam necessários caminhões de elogios e muitas páginas para comparações e análises das referências e citações! Melhor é ler com calma esta edição e, depois, "entupir" a Panini de e-mails e cartas exijam para logo Os Maiores Clássicos do Demolidor de Frank Miller II.
Esta HQ é obrigatória para quem tem menos de 30 anos, e uma chance de resgate de aventuras perdidas para aqueles que não tem mais aquela coleção da saudosa Superaventuras Marvel, publicada pela Editora Abril por tantos anos.
Vale também um pedido para que a Panini republique a aventura, apresentada pela primeira vez em português pela saudosa Ebal, em fins dos anos 70, que reúne Batman e Homem-Borracha, em plena noite de natal, com os primeiros desenhos de Frank Miller para uma grande editora.
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