OS MAIORES CLÁSSICOS DO DEMOLIDOR DE FRANK MILLER - VOLUME II
Título: ÉDEN # 1 (Panini Comics) - Revista quinzenal
Autores: Hiroki Endo (roteiro e arte).
Preço: R$ 3,90
Número de páginas: 120
Data de lançamento: Agosto de 2003
Sinopse: Em um futuro não muito distante, em que o mundo foi devastado por uma doença, dois adolescentes, Enoa e Hana, vivem isolados com Rain, um adulto que acompanhou de perto a devastação causada pelo vírus. Mas o trio não está sozinho no mundo.
Esta edição trata-se, na verdade, de um prólogo para a saga de Éden.
Positivo/Negativo: Levantar hipóteses a respeito do fim de tudo tem ocupado as mentes dos homens desde as raízes da civilização. Todos os povos têm seus mitos fundadores e sua contraparte: o fim de tudo, o armagedon, o juízo final.
Mas foi a ficção científica quem nos deu o cenário instigante do pós-apocalipse, em especial por conta do terror atômico que permeou o século passado - embora, antes disso, já se tivesse A Praga Escarlate, novela de Jack London (lançada por aqui pela Conrad no ano passado) sobre um microrganismo que dizimou a civilização.
Éden, um dos mangás da Panini, também é sobre um mundo devastado por um vírus. O autor, Hiroki Endo, recicla a idéia de que o vírus da Aids foi criado em laboratório por um governo, tema recorrente do imaginário popular das duas últimas décadas.
O apocalipse do mangá assume sua magnitude a partir das referências bíblicas. O isolamento dos protagonistas do primeiro número reconstrói o começo judaico-cristão do mundo. A partir daí, Adão e Eva, ou melhor, Enoa e Hana terão de fazer um mundo casto.
Não dá para se deixar passar os pontos em comum entre Éden e o cultuado Neon Genesis Evangelion, que a Conrad vem publicando de acordo com as possibilidades de material original proveniente do Japão. Além da trama repleta de citações bíblicas, os robôs de Éden são muito parecidos com os Eva.
A partir do segundo número, Éden põe o pé na estrada para descobrir que mundo devastado é esse que sobrou. Mas isso já é outra história.
A periodicidade, anunciada como quinzenal, não foi cumprida à risca no ano passado, mas a editora já prometeu melhorar.
A edição nacional não segue a leitura original dos mangás, como fazem a Conrad e a JBC. Assim, todas as cenas são vistas "espelhadas". E no primeiro quadro da página 57, passou um erro oriundo dessa inversão de fotolitos, quando Rain diz "A mão direita não se mexe mais".
Evidentemente, esse texto era do original japonês e os editores italianos (de onde é traduzida a versão brasileira) não atentaram para esse detalhe, o que foi repetido por aqui, porque a mão que aparece imobilizada, após a inversão da arte, é a esquerda.
Enfim, Éden não dá um banho de originalidade - mas isso não há de ser grave para os leitores habituais de quadrinhos. O segredo do mangá é saber mesclar com certa mestria os elementos de que dispõe, a fim de se firmar como uma deliciosa opção de leitura nas bancas.
Classificação: