OS MAIORES CLÁSSICOS DO PODEROSO THOR #1
Título: OS MAIORES CLÁSSICOS DO PODEROSO THOR #1 (Panini
Comics) - Edição especial
Autores: Walt Simonson (roteiro e arte) e Terry Austin e Bob Wiacek (arte-final).
Preço: R$ 34,90
Número de páginas: 288
Data de lançamento: Setembro de 2006
Sinopse: Edição que reúne o primeiro ano de Walt Simonson à frente da revista do Deus do Trovão.
Entre os grandes momentos está o surgimento de Bill Raio Beta, o encontro com Eilif, o último viking, e o início dos preparativos de Surtur para a guerra contra o Reino Eterno.
Positivo/Negativo: Excetuando-se a época de Stan Lee e Jack Kirby, o Poderoso Thor nunca teve histórias tão fantásticas quanto as concebidas por Walt Simonson.
Publicadas na década de 1980 pela Abril (saíram em formatinho nas saudosas Heróis da TV # 101 a # 111 e Superaventuras Marvel # 76), elas chegam agora no Brasil pela primeira vez no formato original americano, papel de qualidade e com um belo trabalho gráfico.
Vale citar que o conteúdo deste encadernado é o mesmo de Thor Visionaries - Walter Simonson TPB - Vol. I, com aventuras originalmente publicadas em The Mighty Thor # 337 a # 348.
Logo em sua estréia, Simonson apresenta a melhor criação de sua passagem pela revista: Bill Raio Beta, o alienígena que sacrificou sua "humanidade" para salvar seu povo, tem a nobreza e o coração de um legítimo deus e mostra isso ao erguer Mjolnir, o martelo de Thor.
Em duas frenéticas lutas, o leitor presencia tanto a vontade de vencer a todo custo de ambos, como a camaradagem e a admiração entre eles.
A seguir, Thor encontra Eilif, o perdido, e junto a este, combate o dragão Fafnir, que tem como único pensamento destruir o filho de Odin.
Num momento extremamente tocante, Eilif sacrifica-se para possibilitar a derrota da besta. Logo depois, Thor se ajoelha e chora, abraçado ao corpo sem vida do último viking.
Este é um dos melhores aspectos de Simonson à frente do personagem. Ainda que seja um deus de Asgard, imortal e orgulhoso de sua herança e poderes, Thor nunca antes foi mostrado tão heroicamente, tão sincero e tão humano.
Outro aspecto que o roteirista trabalhou com mestria foi o panteão de deuses nórdicos: Odin, Loki, Sif, Karnilla, Volstagg, Hogun, Fandral, Encantor, Executor, Lorelei e principalmente Balder, o bravo.
Este último, de um ostracismo quase que completo após seu retorno dos mortos (numa trama concebida por Roy Thomas e John Buscema), aos poucos se tornou um personagem por vezes mais emblemático e cativante do que o próprio Deus do Trovão.
Prova disso seria uma minissérie posterior, estrelada por ele, com roteiro do mesmo Simonson e arte de Sal Buscema (ainda que cheia de cortes, ela foi publicada pela editora Abril em X-Men # 25 a # 27).
Assim como o texto, a arte também é excelente, e apesar dos belos desenhos, é na narrativa que Simonson dá um verdadeiro show. Ela flui em ritmo alucinante página após página, conectando fatos aparentemente sem relação e elevando a tensão ao máximo, ficando praticamente impossível parar de ler alguma trama no meio.
Mesmo com tanto já mostrado - como os pequenos interlúdios a cada capítulo -, somente nas quatro últimas aventuras o leitor é agraciado com o vislumbre do mais fino material produzido pelo artista. A pior ameaça a ser enfrentada pelo Reino Eterno, o elemental do fogo Surtur.
E este é exatamente o único "defeito" da edição. Deixar a todos ansiosos pelo confronto entre os filhos de Muspell e os guerreiros de Asgard.
Que a Panini tenha piedade de tantos honrados leitores, e não deixe que as valquírias os conduzam para Valhalla antes de lerem uma das mais magníficas epopéias já eternizadas nos quadrinhos.
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