OS MELHORES DO MUNDO # 1
Título: OS MELHORES DO MUNDO # 1 (Panini
Comics) - Revista mensal
Autores: Quem é a Mulher-Maravilha? - Allan Heinberg (texto), Terry Dodson (desenhos) e Rachel Dodson (arte-final);
O herdeiro - Ron Marz (texto), Greg Tocchini (arte) e Jay Leisten (arte-final - p. 40-41);
Rápido como um raio - Danny Bilson, Paul Demeo (texto), Ken Lashley (desenhos e arte-final), KWL Studio, Norm Rapmund e Marlo Alquiza (arte-final);
A Legião dos Super-Heróis - Mark Waid (texto), Barry Kitson (desenhos) e Mick Gray (arte-final).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Julho de 2007
Sinopse: Quem é a Mulher-Maravilha? - Durante o ano em que Diana sumiu, Donna Troy assumiu o manto da Mulher-Maravilha. Mas agora um grupo de terroristas formado por Mulher-Leopardo, Giganta e Dr. Psycho seqüestrou Steve Trevor, vice-secretário de defesa dos Estados Unidos, e exige a presença da heroína desaparecida.
O herdeiro - Kyle Rayner busca um pouco de sossego de suas aventuras como Íon.
Rápido como um raio - A Força de Aceleração sumiu. Bart Allen envelheceu quatro anos. Jay Garrick está destinado a ser o último Flash.
A Legião dos Super-Heróis - Um objeto em forma humanóide foi localizado no espaço e se aproxima em altíssima velocidade da Metrópolis do século 31. Quando a Legião decide investigar, encontra a prima do Homem de Aço.
Positivo/Negativo: Um mês depois da estréia de Universo DC, a editora do Superman ganha seu nono título mensal pela Panini (isso sem contar minisséries como 52, Justiça e 7 Soldados da Vitória).
Os Melhores do Mundo, porém, contrasta vigorosamente com a irmã mais velha. Universo DC é sombria, protagonizada por anti-heróis. Já a nova publicação surge marcada por super-heróis icônicos e carismáticos e pelo tom empolgante das aventuras.
Logo de cara, na capa e na primeira HQ, a Mulher-Maravilha funciona como um excelente cartão de boas-vindas.
A heroína teve seu título zerado nos Estados Unidos e recomeça com um time de nomes mais conhecidos pelos leitores da Marvel. Heinberg, egresso de séries como The O.C. e Grey's Anatomy, vem roteirizando Jovens Vingadores, uma versão teen do grupo de heróis da editora rival. O casal Dodson já teve passagens pela DC, mas vem fazendo um bom trabalho em especiais do Homem-Aranha.
Com a Mulher-Maravilha, o trio começou bem afiado, produzindo a HQ mais cativante da revista. O roteiro é uma delícia: bem conduzido, amarrado, cheio de boas surpresas e reviravoltas. A arte não é só bonita, mas eficientíssima ao construir a narrativa e conduzir o leitor quadro a quadro.
A série de Íon é menos encantadora. Kyle Rayner foi um Lanterna Verde com muitos fãs, especialmente por conta do trabalho de seu criador Ron Marz, ainda nos anos 90. Seus primeiros roteiros eram leves e recheados de brechas para o leitor se identificar: o personagem era um jovem normal, trabalhava como artista de quadrinhos, vivia em um apartamento simpático e tinha problemas com garotas.
Com o passar do tempo, o anel do Lanterna Verde se tornou um fardo para Rayner. O personagem que ressurge agora pelas mãos do mesmo Marz parece exausto: viu muitas mortes - inclusive a de três ex-namoradas. A leveza se foi e, junto com ela, boa parte do carisma do super-herói.
O traço enigmático do brasileiro Greg Tocchini funciona principalmente porque esconde o jogo. O herói, mesmo no cotidiano, está como o desenho mostra: às vezes, denso, noutras, irreconhecível.
A HQ de Flash desta primeira edição tem jeito de prelúdio: rememora algumas coisas, contextualiza outras, mas mostra pouco. A história fica prejudicada não só pelo roteiro, levemente truncado, mas pelo rodízio de arte-finalistas com estilos bem diferentes, que atrapalham a arte.
É curioso notar que, como Íon, Bart Allen também já foi um personagem leve. Contudo, uma série de acontecimentos recentes acabaram amargando o garoto. Quem segura a onda é o velho Joel Ciclone, um personagem de carisma notável.
A Legião dos Super-Heróis também tem alto poder de envolver os leitores, talvez porque potencializa as características da DC.
Mesmo fora das bancas brasileiras regulamente por anos a fio, o grupo ainda mantém uma aura encantadora. E é o que se vê na deliciosa história de Mark Waid, com desenhos estilosos (mas com deslizes) do veterano Barry Kitson.
Vale a pena notar que Os Melhores do Mundo se relaciona fortemente com a cronologia do Universo DC pós-Crise Infinita. O desfecho da minissérie indica algumas modificações no espaço-tempo da mitologia da editora, e um dos sinais gritantes é a origem simplificada (ou será ainda mais complicada?) de Donna Troy.
Classificação: