OS MELHORES DO MUNDO # 10
Autores: Velocidade máxima - Marc Guggenheim (texto), Paco Diaz (desenhos), Art Thibert (arte-final) e Lee Loughridge (cores);
Amantes & inimigos - Ron Marz (texto), Greg Tocchini (desenhos), Jay Leisten (arte-final), Fernando Pasarin (desenhos e arte-final), Tanya Horie e Richard Horie (cores);
Os Nômades / A Legião dos Super-Heróis - Mark Waid (texto), Barry Kitson (desenhos), Mick Gray (arte-final), Nathan Eyring (cores) e Kalman Andrasofszky (arte da homenagem a Dave Cockrum);
Amor e Morte - Jodi Picoult (texto), Drew Johnson (desenhos), Ray Snyder (arte-final) e Alex Sinclair (cores).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Abril de 2008
Sinopse: Velocidade máxima - Ao tentar solucionar um arquivo morto da polícia, o Flash Bart Allen acaba reencontrando antigos adversários.
Amantes & inimigos - Íon e Donna Troy enfrentam Grayven, o filho de Darkseid.
Os Nômades / A Legião dos Super-Heróis - A guerra contra os Domínions continua. E mais: uma homenagem a Dave Cockrum, importante artista da Legião nos anos de 1970, morto em 2006.
Amor e morte - Mulher-Maravilha enfrenta uma onda de rejeição da população.
Positivo/Negativo: Há um reforço neste mês nas páginas de Os melhores do mundo: a estréia da romancista Jodi Picoult como roteirista oficial de Mulher-Maravilha. A autora de O pacto (Planeta) assume as rédeas da revista da amazona com a complicada tarefa de manter um bom nível para as histórias da personagem, que vem ganhando destaque na DC Comics nos últimos anos.
De cara, já dá para perceber o tom que a autora adotou. É bem-humorado, com um certo ar debochado. O clima satírico não está apenas no roteiro, mas aparece por todo o cenário, com tiradas como o cachorro-quente do Bionicão.
Algumas piadas, porém, se perderam. Pena, porque foi por descuido. Simplesmente não foram traduzidas, como é o caso do Niedmore Gas (algo como "preciso de mais gasolina") e do Tarmuchs Coffee ("café demais", uma brincadeira com os generosos baldes de bebida servidos na rede de cafeterias Starbucks). É uma lástima, até porque a solução seria simples: algumas notas de rodapé certeiras resolveriam a questão. Do jeito que foi publicada a história, até a homenagem ao herói inglês Miracleman corre o risco de passar batida.
Problemas à parte, Jodi faz uma boa estréia. Ainda fica longe do trabalho de Allan Heinberg, o roteirista anterior da amazona, mas não faz feio.
No entanto, sozinha, a nova fase da Mulher-Maravilha não consegue sustentar a revista nas costas. E as outras três séries são um assunto bem complicado.
Até mesmo Legião dos Super-Heróis dá sinais de cansaço. A guerra contra os Domínions está virando uma sopa de personagens. Se antes o grupo era simpático, agora se torna apático.
É um problema que está afetando diversas tramas da DC. O motivo é o mesmo: um ano após o começo da fase Um ano depois, ainda há vários mistérios que continuam sem explicação. A existência da nova versão dos heróis do século 31 é um deles. A Supergirl bobinha que os acompanha é outro.
Considerando todo o Universo DC, há outros exemplos, como Aquaman, Superman & Batman e, principalmente, Supergirl.
O mistério por trás dessa Legião dos Super-Heróis está se arrastando demais. E ultrapassou o limite do bom senso. Haja paciência para aturar um ano inteiro de segredinhos!
Íon passa por uma situação parecida: é vítima da grande trama que conduz o Universo DC à Crise Final. Mas só quem acompanha o mercado norte-americano tem algum indício do motivo de Grayven, filho de Darkseid, aparecer do nada, a uma edição do desfecho, como o grande vilão da série.
E como ninguém tem obrigação de acompanhar as notícias lá de fora, por sinal lotadas de spoilers, a revelação nada mais é que um medonho deus ex machina.
Marc Guggenheim e Paco Diaz também erram a mão com Flash. Sob o manto do corredor escarlate, Bart Allen tem se revelado um fracasso. O personagem perdeu seu carisma. O clima de aventura deu lugar a um imenso muro das lamentações. Nem a troca de time criativo deu conta de alterar a situação.
Pelo visto, Os melhores do mundo sofre com o inchaço dos títulos DC no Brasil no último ano: com tanto material sendo publicado, descartar as histórias de segunda linha acaba se tornando inviável. Como se pode perceber, nem sempre fartura e qualidade são características que andam juntas.
Classificação: