Confins do Universo 219 - Histórias de Editor # 7: É o Lobo! É o Lobo!
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OS MELHORES DO MUNDO # 9

1 dezembro 2008


Autores: Em busca de abrigo - Will Pfeifer (texto), Geraldo Borges, Jean Diaz (desenhos), Wellington Diaz (arte-final), Bruno Hang, Débora Carita e William Murai (cores);

Contos da Lanterna Verde - Ron Marz (texto), Greg Tocchini (desenhos), Jay Leisten (arte-final), Richard Horie e Tanya Horie (cores);

Velocidade máxima - Marc Guggenheim (texto), Andy Kuhn (esboços) Ron Adrian (desenhos), Art Thibert (desenhos e arte-final), Richard Horie e Tanya Horie (cores);

A Legião dos Super-Heróis - Mark Waid (texto), Barry Kitson (desenhos), Mick Gray (arte-final) e Nathan Eyring (cores).

Preço: R$ 6,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Março de 2008

Sinopse: Em busca de abrigo - O Departamento de Assuntos Meta-Humanos convoca Diana Prince, a Mulher-Maravilha, para investigar um abrigo destinado a mulheres vítimas de abuso inspirado pela super-heroína.

Contos da Lanterna Verde - Depois de encontrar uma Lanterna Verde que não tem relação com Oa e os Guardiões, Íon é arremessado em um lugar chamado Sangria, onde encontra o Capitão Átomo.

Velocidade máxima - Flash encontra um artefato de Apokolips e acaba tendo que enfrentar o Lobo das Estepes.

A Legião dos Super-Heróis - Os domínions dão um golpe letal na Terra.

Positivo/Negativo: Demorou, mas aconteceu. Nesta edição, Íon passa 16 (das 22 páginas que lhe cabem) na Sangria, limbo que faz parte do Universo Wildstorm.

O leitor, claro, tem todo o direito de achar tudo isso muito esquisito, se é que vai entender. A revista não traz nenhuma menção ao que está acontecendo, nem mesmo uma mísera nota de rodapé. Nem explica o que é a Sangria. Também não diz a que personagens o Capitão Átomo se refere quando bate um papo com Íon.

Acontece que dois importantes universos ficcionais dos quadrinhos norte-americanos estão amalgamados desde antes da minissérie Crise Infinita. Os heróis da Wildstorm (entre eles Wildcats, Authority e Planetary) agora dividem sua realidade com os personagens da DC.

A união foi vista na minissérie Captain Atom - Armaggedon, mas apenas pelos leitores lá de fora. No Brasil, a história em que o Capitão Átomo dá uma volta pelo Universo Wildstorm continua inédita.

Na vida real, a Wildstorm é um selo da DC, o que torna a união natural - até mesmo porque o Universo DC é, por sua própria formação, uma colcha de retalhos.

Mas, por aqui, a situação é bem diferente. Enquanto Superman, Batman e afins estão com a Panini, Authority e Wildcats têm seus direitos com outra casa editorial: a Pixel. E, até agora, ninguém anunciou Captain Atom - Armaggedon.

A Panini, pelo visto, prefere não tocar no assunto - e isso significa, de lambujem, não clarificar ao leitor o que está se passando em 16 das 96 páginas da sua revista.

Não adianta sequer recorrer a uma teoria de conspiração e dizer que a omissão é provocada por ressentimento - afinal, a Pixel quase tirou da Panini os direitos de publicação da DC há pouco mais de um ano. Afinal, na edição anterior, também não houve menção à origem do Universo Tangent, habitado por releituras de super-heróis. E olha que ele é inédito no Brasil.

Pior que isso: são esses heróis desconhecidos que estão na capa da revista, o que, de certa forma, é uma escolha esquisita. Afinal, é apenas um bando de seres coloridos desenhados por uma arte medonha.

Ao não incluir sequer uma nota, o trabalho da Panini em adaptar a história ao mercado nacional se revela falho. Afinal, o mercado norte-americano conta com incontáveis meios de informação para que os leitores tenham como saber, antes mesmo de comprar a revista, o que vão encontrar como recheio. Há revistas, catálogos e um volume fenomenal de sites.

Aqui, não se tem catálogos regulares e são apenas duas revistas e um punhado de sites que se dedicam ao tema com exclusividade. Contar quem é a Lanterna Verde e o que é a Sangria é, portanto, uma tarefa essencial do editor nacional para auxiliar a compreensão do leitor.

É uma pena, portanto, que a melhor história da edição, repleta de detalhes interessantes, acabe prejudicada justamente pela postura de manter fatos obscuros.

Mesmo que não tenha nada demais no enredo, por sinal bem simplório, as interconexões que Íon mostra são, no mínimo, intrigantes neste momento de desestruturação do Universo DC. Leitores que se apegam à cronologia e à forma como as coisas se engendram na ficção, claro, tendem a curtir mais.

Para uma leitura sem compromisso, a nova fase de Mulher-Maravilha, que começa nesta edição, é uma aposta mais apropriada. O problema é que, mesmo sendo uma estréia, a história não consegue se destacar.

O casal Dodson, responsável pelo arco anterior, deu lugar a um grupo de brasileiros. Infelizmente, o resultado é bastante inferior - principalmente nos rostos dos personagens, pouco expressivos.

Embora tangencie um tema tão importante quanto o abuso contra mulheres, o recém-chegado Pfeifer não consegue sair dos clichês. Para uma edição corriqueira, seria uma história a mais a passar sem deixar marcas. Mas, quando uma trama tão fraca inaugura uma etapa, chega a ser enervante.

Quem também chega com autor novo é Flash. Mas Marc Guggenheim parece escalado apenas para encerrar o que trabalho infeliz do time criativo anterior. O resultado é morno.

Por fim, a Legião dos Super-Heróis continua sua batalha pra proteger a Terra. Mas a linguagem leve e simpática da série parece não acompanhar mais a dimensão que os conflitos tomaram.

Com o enfraquecimento de Mulher-Maravilha, Os melhores do mundo carece urgentemente de um reforço para manter o nível de seu mix. Uma opção que já chegou a ser anunciada, mas nunca entrou na revista é The brave and the bold, mencionada na seção de cartas. Seria inocência não ver o comentário como uma deixa.

Classificação:

4,0

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