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OS MORTOS-VIVOS - VOLUME 9 - AQUI PERMANECEMOS

1 dezembro 2012

OS MORTOS-VIVOS - VOLUME 9 - AQUI PERMANECEMOS

Editora: HQM - Edição especial

Autores: Robert Kirkman (roteiro), Charlie Adlard (desenhos e arte-final) e Cliff Rathburn (tons de cinza) - Publicado originalmente em The Walking Dead #49 a #54.

Preço: R$ 34,90

Número de páginas: 160

Data de lançamento: Junho de 2012

 

Sinopse

Rick e seu filho Carl estão isolados, longe do grupo de sobreviventes, buscando abrigo e enfrentando as consequências de suas recentes perdas e da vida numa terra desolada.

Logo, o ex-policial passa a dialogar com uma figura misteriosa por meio de um velho telefone, e o menino começa a questionar sua dependência do pai. E novas ameaças não tardam a aparecer.

Já na história curta que completa a edição, são mostrados os momentos iniciais da trajetória de Michonne em meio ao apocalipse zumbi.

Positivo/Negativo

Com o sucesso crescente da série televisiva The Walking Dead, que hoje tem sua terceira temporada exibida no Brasil pela Fox, aumenta também a popularidade desde fenômeno contemporâneo em sua mídia de origem.

Assim, conforme o público corre atrás dos quadrinhos, aumenta o número de volumes publicados a cada ano, a confiança na periodicidade da série cresce e mais lançamentos por parte da HQ Maniacs, que recentemente passou a apresentar também o material na forma de capítulos mensais.

O nono encadernado de Os mortos-vivos prossegue com o trabalho apreciável de Robert Kirkman e Charlie Adlard, premiando a fidelidade do público, com o potencial de angariar novos fãs egressos das telinhas e, uma vez mais, não decepciona.

Essas histórias têm como ponto de partida o mundo dominado por zumbis, mas investem em dramas muito humanos, que impressionam e seguem martelando na mente por bastante tempo após o término da leitura. Um detalhe notável é que a violência pode surgir tanto de forma física quanto espiritual, e resulta em protagonistas e leitores transfigurados.

O clima deste volume difere um pouco do que vinha sendo mostrando, por investir na sensação de isolamento do ex-policial Rick e do pequeno Carl, com ameaças de gênero distinto. Aqui, é a própria mente humana que começa a pregar peças, assim como a desconfiança do menino sobre o pai também aflora.

Como de costume, há momentos fortes de interação entre os personagens, que enfrentam as trevas interiores e tentam escapar incólumes à infestação. Eles sofreram grandes perdas desde o começo da série, e o fato de uma criança ter de lidar com traumas tão acentuados não passa despercebido.

Impressiona ver o infante manuseando uma arma de fogo e mandando bala nos "andarilhos". Posteriormente, quando o foco muda para Sophia, outra criança que sofreu perdas terríveis, fica evidente o entendimento do autor sobre a condição humana e sua habilidade com personalidades distintas.

Mais um destaque do volume é A história de Michonne, um conto de apenas seis páginas, feito pela equipe de criação da série oficial, que foi publicado originalmente na edição norte-americana da revista masculina Playboy. A intenção foi apresentar aos fãs um aperitivo que coincidisse com a estreia da personagem na televisão, em mais um bom trabalho de Kirkman e Adlard.

A popular anti-heroína de espadas ninja estava mesmo pedindo um olhar mais atento sobre suas origens, e essa HQ é uma ótima sacada - além de provar mais uma vez o alcance do gibi.

A edição da HQM conta com posfácio do jornalista Marcelo Alencar e galeria de capas, na qual se destaca a da edição # 50, que imagina os zumbis da série num universo de super-heróis destemidos e fantasiados.

É surpreendente como a Image Comics, que surgiu apostando numa linha de quadrinhos de novos super-heróis pouco imaginativos, na década de 1990, por desenhistas superstars, voltou ao centro das atenções por conta de material tão instigante, que redimensiona um tema recorrente da ficção.

Sem dúvida, Kirkman hoje é um dos nomes mais respeitados e influentes da indústria do entretenimento. Para os fãs, no entanto, importa é que ele prossiga investindo em quadrinhos de qualidade e não perca o pique com Os mortos-vivos. Ao que tudo indica, ele ainda tem muita história pra contar.

 

Classificação:

4,0

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