Esta é uma edição mediana de Os Novos Vingadores.

A história inicial é ligada à saga Invasão Secreta e mostra a reação dos vilões diante da investida alienígena para dominar a Terra. Os diálogos bem calibrados de Michael Brian Bendis garantem muita ação e velocidade a uma trama centrada na tortura de um agente da S.H.I.E.L.D. que pode ser um skrull.

A arte de Billy Tan, embora tenha problemas nas fisionomias, consegue manter a boa dinâmica ditada pelo texto de Bendis, variando enquadramentos na medida certa.

Em seguida, uma história do Capitão América. Ed Brubaker opta por fazer uma narrativa cindida em dois tempos e espaços diferentes. Ainda não é possível saber se elas se conectam de algum modo. Essa divisão dá uma grande agilidade à trama, sem torná-la rasa.

O brasileiro Luke Ross segue o estilo de Steve Epting, embora seu traço seja um pouco mais duro que o do desenhista regular do título.

O leitor já deve saber que, após os elogios a Capitão América, vêm as críticas a Miss Marvel. Nesta edição não é diferente: Brian Reed conta uma história de Carol Danvers antes de se tornar a Miss Marvel, com o claro objetivo de valorizá-la como heroína mesmo antes dos superpoderes.

O problema é que Reed exagera e cria uma trama absurda, na qual Carol Danvers escapa do Talebão mesmo com duas fraturas expostas (!). É evidente que não se espera realismo em revistas de super-heróis, mas esse tipo de exagero fere o pacto ficcional.

Outra opção ruim foi deixar por conta da cor os hematomas e machucados de Danvers - o resultado ficou pífio.

Fecha a edição o final da série que narra a participação de Thor em Invasão Secreta. E Matt Fraction, que fez excelentes trabalhos com o Deus do Trovão e vinha conduzindo bem esta minissérie, perde a mão e faz um final digno de desenho animado. Uma pena.

De uma revista que começa bem, mantém o nível na segunda história, cai muito na terceira, e não consegue ressuscitar no final, fica o gosto de uma decepção, apesar de ela não ter sido tão ruim.