Mês a mês, a revista Os Novos Vingadores tem mantido seu posto de melhor publicação da Marvel no Brasil.

O segredo é simples: bons escritores com trabalhos decentes. E o que poderia ser um título médio, no meio da mesmice e porcaria que proliferam nas bancas merece destaque em um altar.

Ed Brubaker começa a orquestrar a nada inesperada volta de Steve Rogers para o título Capitão América. A trama começa bem, com um enredo de ficção científica, arte da competente dupla Bryan Hitch e Butch Guice e ganchos fortes pra sequência.

Embora parta de um clichê, a expectativa para a continuação de Capitão América - Renascimento é das melhores.

Novos Vingadores tem uma edição com muita ação. Isso porque Brian Michael Bendis quer justificar a escolha de Irmão Vodu como o mago supremo da Terra. Para isso, o coloca diante de um adversário poderoso como Dormammu.

Não convence muito, mas já é alguma coisa. Os desenhos de Billy Tan são uma verdadeira aula de como não fazer uma cena de ação: confusos, mal coreografados, feios e com os atos sem ligação de causa e efeito. Se os quadros viessem embaralhados, faria pouca diferença.

Fecha a edição Thor, de J. Michael Straczynski. O escritor escreveu sua penúltima edição com o deus asgardiano e já prepara sua saída. Abre novas possibilidades e resolve algumas pontas soltas.

E para fechar essas pontas, Straczynski não tem vergonha de usar clichês e saídas fáceis. Parece que uma pressa acompanha todo o trabalho do escritor nesta edição.

A arte de Marko Djurdjevic é bastante competente e mantém o nível da história, que é de pouca ação e muito drama. Os diálogos, de maneira diferente de Bendis, são a força do texto de Straczynski.

A Panini aumentou um pouco o preço pra comportar o maior número de páginas de Capitão América - Renascimento. E deu uma leve descuidada na revisão. Na página 36, passou um "Os Vingadores estão em foragidos..."

Apesar de tudo, este mix se mantém bem acima da média.