OS NOVOS VINGADORES # 86
Editora: Panini Comics - Revista mensal
Os Novos Vingadores (New Avengers # 61) - Brian Michael Bendis (roteiro), Stuart Immonen (desenho), Wade Von Grawbadger (arte-final), Dave McCaig (cores) e Daniel Acuña (ilustrações nas páginas 11-13, 17-19 e 24-26);
Aproveite o momento (Avengers: The initiative # 32) - Christos N. Cage (roteiro), Mahmud Asrar (desenho), Rebecca Buchman (arte-final) e Jay David Ramos (cores);
Duas Américas (Captain America # 602) - Ed Brubaker (roteiro), Luke Ross (desenho), Butch Guice e Luke Ross (arte-final) e Dean White (cores).
Preço: R$ 6,50
Número de páginas: 72
Data de lançamento: Março de 2011
Sinopse
Os Novos Vingadores - Steve Rogers e Bucky Barnes enfrentam o Martelo, enquanto o Homem-Aranha e a Mulher-Aranha vigiam a Torre que serve de quartel-general para Norman Osborn.
Aproveite o momento - O Treinador precisa comandar uma equipe de invasão a Asgard e esse pode ser o momento da virada em sua vida.
Duas Américas - Bucky Barnes vai atrás do Capitão América dos anos 1950.
Positivo/Negativo
Está na capa o título O cerco e um projeto gráfico próprio, anunciando que está edição faz parte da nova megassaga da Marvel.
A coisa toda vem de longe: Guerra civil, A iniciativa, Invasão secreta, Reinado sombrio, e agora, O cerco. Cada série motivou a seguinte. Se comercialmente esse tipo de projeto editorial da Marvel funciona, não se pode dizer o mesmo da qualidade das histórias.
Porém, além do mérito estético, há algo muito importante a se levar em conta quando se fala de uma história: o tema. E o leitor mais atento perceberá a grande metáfora que Brian Michael Bendis tem criado no universo da Casa das ideias.
Em Invasão secreta, quando os skrulls invadem a Terra, Norman Osborn se aproveita da situação pra derrubar Tony Stark e tomar o poder - o vilão se aproveita de uma tragédia para conseguir. E isso não parece comparável ao que George W. Bush fez após o horrível atentado de 11 de Setembro de 2001, quando criou um inimigo comum, uniu os norte-americanos e conseguiu estabilizar sua situação à frente do governo dos Estados Unidos?
Muitos leitores acham essa interpretação forçada, mas que é bacana relacionar o incidente forjado para justificar o ataque a Asgard no início de O cerco com a busca pelas inexistentes armas nucleares iraquianas e a posterior invasão ao país árabe, isso é.
É evidente que Bush ou Barack Obama não são Norman Osborn, mas a relação entre o real e a ficção parece ir além da simples coincidência. Essa realidade bélica e militarizada da história recente norte-americana tem se feito presente nas histórias em quadrinhos.
As duas primeiras aventuras estão diretamente ligadas à saga, com as implicaturas citadas acima. São histórias pueris e quase tolas, mas envoltas em uma dose interessante de realidade.
Fecha a edição, o melhor da revista: Capitão América. Ed Brubaker acerta muito mais do que na Operação renascimento, publicada anteriormente neste mix.
E, na trama, o Capitão América que substitui Steve Rogers nos anos de 1950 vai ao interior do país e monta um exército de cidadãos preocupados com os "verdadeiros valores americanos".
Esta edição é um verdadeiro espelho do pensamento norte-americano, já, bem ou mal, refletido por Bendis e Brubaker. Talvez, daqui a alguns anos, histórias como estas sirvam para entender um pouco mais do que está se vivendo agora.
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