Título: OS OLHOS DE PEDRO (Nona
Arte) - Revista online
Autores: Mozart Couto (roteiro e desenhos).

Preço: gratuito

Número de páginas: 5

Data de lançamento: 2004

Sinopse: Pedro é um garoto de uma cidadezinha do interior. Diferente das outras crianças, é calado, pensativo e introspectivo. Mas sua vida muda completamente a partir do dia em que começa a ver fantasmas.

Positivo/Negativo: Trata-se de uma história em quadrinhos que não trabalha bem as duas linguagens que formam este tipo de arte: a escrita e o desenho.

Isso porque elas não se casam para contar a história. Os desenhos meramente ilustram as frases do texto, colaborando pouco com a narrativa. Em algumas passagens, eles chegam mesmo a ser redundantes - sinal de que, na produção, só o texto foi pensado como elemento de importância.

Em geral, umas das características do desenho é que ele se comunica mais rápido que a escrita. Você bate o olho e automaticamente entende o que está ali. Não é à toa que a maioria dos sinais de trânsito são visuais.

O bom quadrinhista é aquele que também é capaz de "dizer" com o traço, com o gesto e as expressões dos personagens, com o enquadramento, com o contraste entre luz e sombra etc.

Mozart Couto sabe bem disso e não precisa provar nada a ninguém. É um dos mestres do quadrinho brasileiro, título que não se consegue de um dia para o outro. Mas nesta HQ só sua arte brilha.

Talvez o propósito desta história tenha sido atrair a atenção de leitores pouco familiarizados com a linguagem dos quadrinhos. Assim, muito texto ajuda, por ser algo ao qual todos estamos acostumados.

No entanto, ela não cativa. A história é contada de maneira muito rápida, sem prender o leitor a nenhuma passagem, sem se aprofundar em nada. Parece, na verdade, um resumo de outra maior e mais completa.

Dá a impressão também de que Os Olhos de Pedro integrava alguma outra publicação, talvez de cunho espírita. Puxão de orelha: diversas revistas que encontramos na Nona Arte já foram publicadas em outros meios, porém isso não é informado ao leitor.

De destaque ficam o belo título e o traço sempre chamativo do autor.

 

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