OS PEQUENOS GUARDIÕES # 1 - NA BARRIGA DO MONSTRO
Autor: David Petersen (texto e arte).
Preço: R$ 12,00
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Abril de 2008
Sinopse: Um ratinho que vende grãos está atravessando a floresta de Rootwallow até Barkstone, por uma rota que lhe é bastante familiar.
Quando ele desaparece no caminho, é convocada a Guarda, um grupo de ratinhos que tem a missão de proteger sua espécie. Assim que chegam ao local do sumiço, os pequenos guardiões Lieam, Kenzie e Saxon encontram um desafio que talvez seja maior do que possam enfrentar.
Positivo/Negativo: Dois anos depois de arrebatar público e crítica nos Estados Unidos, a série Os pequenos guardiões, de David Petersen, chega ao Brasil com o selo da Conrad.
De cara, o leitor entende o porquê de todo o burburinho em cima da série: a história é de uma simplicidade espantosa, mas sem ser simplista nem simplória.
Os desenhos são lindos, requintados, mas sem excessos nem extravagâncias. Os ratinhos são antropomorfizados de forma sutil e delicada, sem espaço para caricaturas ou caretas. Mesmo com capa e espada, eles são evidentemente ratos - e isso acaba sendo um imenso ponto a favor para o clima mágico da história.
O roteiro, calcado em séries de fantasia como O Senhor dos Anéis,
não tem firulas. Mas sua narrativa é excepcional, com transições bem precisas
tanto numa mesma cena (na página em três quadros que abre o enfrentamento
entre os ratos e seu inimigo) quanto em transições temporais (na passagem
da terceira para quarta página, irrepreensível).
Olhando o álbum do começo ao fim, chama a atenção também o fato de que o tal do monstro do título está presente o tempo todo, mas sua identidade fica em suspense por metade da história. Quando surge, revela-se um ser majestoso, imenso, uma verdadeira força da natureza - e mostrando de que tipo de perigos a Guarda defende sua espécie.
Repleta de acertos do princípio ao fim, Os pequenos guardiões só peca um pouco no tom heráldico do texto, que destaca chavões como "Não importa contra o que se luta. Mas pelo que se luta".
Nessas horas, a série pode afastar leitores adultos que buscam uma leitura mais sofisticada, se aproximando de uma historinha para crianças. Apesar desse pequeno deslize, vale a pena dar uma olhada antes de ignorar a revista na prateleira: a narrativa competentíssima e os belos desenhos definitivamente compensam as pequenas fraquezas da trama.
Sem dúvida, é um lançamento de peso, mais um a se somar na bela safra de títulos que a Conrad vem publicando desde o começo do ano.
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