OS PIORES DO MUNDO
Título: OS PIORES DO MUNDO (Opera Graphica) - Edição especial
Autores: Evan Dorkin (roteiro); Mike Allred, Frank Cho, Stephen DeStefano, Dave Gibbons, Jaime Hernandez, Stuart Immonem, Phil Jimenez, Doug Mahnke, David Mazzuchelli, Frank Miller, Sheldon Moldoff, Glen Murakami, Alex Ross, Scott Shaw, Jay Stephens, Ty Templeton e Jim Woodring (desenhos); Joe Giella, Norma Rapmund e Bruce Timm (arte-final); Chris Chuckry e David Mazzuchelli (cores); e Brian Bolland (capa).
Preço: R$ 19,90
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Fevereiro de 2003
Sinopse: Super-Homem, Batman e Robin acabam de prender, numa ação conjunta, os temíveis Lex Luthor e Coringa.
Enquanto a população adula os heróis, os vilões são soltos pelos duendes extradimensionais Sr. Mxyzptlk e Batmirim, que já infernizaram muito as vidas do Super-Homem e de Batman em outras aventuras.
Em meio à confusão, os dois duendes começam a brigar e os resultados são trágicos: Mxyzptlk mata Batman e Robin, enquanto Batmirim aniquila o Super-Homem.
Mxyzptlk passa, então, a caçar Batmirim, e todos os super-heróis e pessoas normais que surgem na frente dos dois vão tombando, e isso vale para as inúmeras realidades do Multiverso DC!
Resta saber o que sobrará do Universo após esse duelo bizarro!
Positivo/Negativo: Ponto para a Opera Graphica por ter lançado aqui esta história, que é do selo Elseworlds (também conhecido no Brasil como Túnel do Tempo ou Realidade Alternativa). O título do álbum é uma evidente brincadeira com Os Melhores do Mundo (em inglês, World's Finest Comics), a famosa revista em que Batman e Super-Homem atuavam juntos.
Para ao leitores que levam o mito do super-herói a sério (se é que eles ainda existem), no entanto, a história pode soar como "ofensa". Afinal, Os Piores do Mundo é uma divertida gozação que o roteirista Evan Dorkin faz de todo o multiverso da DC Comics.
Enquanto Mxyzptlk tenta, a todo custo, liquidar o quase pueril Batmirim, eles vão varrendo tudo e de todos do caminho, tirando muitos sarros dos personagens e situações apresentadas. Mas o mais divertido é que os dois vão passando por inúmeras fases da editora das Infinitas Terras.
Assim, eles passam pela década de 1960; pelo épico Cavaleiro das Trevas; pela Crise nas Infinitas Terras; pelos desenhos dos Superamigos e os atuais de Batman e Super-Homem, que tanto sucesso fazem; pelas Terras 3, S, C (habitada por animais superpoderosos) etc; por Apokolips; e outras. E tudo, claro, com os traços nos estilos que marcaram cada um desses períodos.
Vale destaque o momento em que Mxyzptlk e Batmirim vêm parar no nosso universo, numa página composta por fotos, com direito a aparições das Torres Gêmeas e do ex-editor da DC Julius Schwartz, que faleceu no início de fevereiro. Detalhe: os duendes dizem não gostar do lugar, que estava tudo errado ali e, rapidamente, se mandam.
O roteirista escancara coisas que os leitores sempre tiveram vontade de dizer para os autores, como o fato de ser "muito difícil" enxergar a Mulher-Maravilha dentro de um avião invisível, ou da astuta Lois Lane não perceber que Clark Kent era o Super-Homem, ou ainda o quão ridículos eram os Superanimais!
No entanto, é interessante notar que, por trás de todas as gozações, esconde-se um belo trabalho de pesquisa de Dorkin, resgatando pérolas da cronologia de Batman e Super-Homem. E o final, no melhor estilo A Piada Mortal, ficou perfeito.
No fundo, Evan Dorkin parece estar dizendo para os leitores algo como: "Vejam só como seria o Universo DC se Mxyzptlk e Batmirim quisessem mesmo usar seus poderes. Não ia ter pra ninguém!". Afinal, na teoria, os dois duendes podem praticamente tudo!
Os desenhos de estilos tão distintos tornam a edição ainda mais atraente. É bem interessante notar, por exemplo, as variações de aparência de Mxyzptlk a cada universo que visita. E há artistas para todos os gostos. De Alex Ross (sua versão dos duendes em meio a uma batalha de O Reino do Amanhã ficou sensacional) ao veterano Sheldon Moldoff, criador do Gavião Negro, que pertencia à equipe de Bob Kane (o criador de Batman) nos anos 40, e ainda estava nela na década de 1950 - época em que Batmirim foi criado; passando por Jaime Hernandez (Love & Rockets), Dave Gibbons (Watchmen), Mike Allred (Madman), Phil Jimenez (imitando o traço de George Pérez em Crise), Frank Miller (O Cavaleiro das Trevas) e outras feras.
Quanto à edição em si, a Opera Graphica caprichou no aspecto gráfico, com papel de luxo, boa impressão e um formato bastante agradável (especialmente para colecionadores). Contudo, novamente deu algumas escorregadas no aspecto revisão. Confira abaixo alguns dos erros.
Páginas 1, 7 e 37: no nome de Batmirim aparece grafado com "n" no final.
Durante a história toda, não se adotou um padrão para o nome do Homem de Aço. Aparecem Superman, Super-Homem e até SuperHomem, sem o hífen e sem espaço (na manchete do Planeta Diário, na página 6).
Página 8, quarto quadro: "Todos os nosso inimigos...". Faltou um "s" no final de "nosso", pra consertar a concordância.
Página 35, quinto quadro: "Obrigado apelo foguinho...". Evidente que há um "a" sobrando no começo da segunda palavra da frase.
Na página 51, dois personagens que participaram de Crise nas Infinitas Terras têm os nomes escritos de forma errada: Espectro, que é chamado de Spectro, e Asa de Fogo, que na verdade é a Flamejante.
Mesmo assim, se você estiver a fim de rever grandes momentos da história da DC por um ângulo, digamos, "um pouco" diferente, este álbum é uma ótima pedida.
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