Autores: Angeli (texto e arte).

Preço: R$ 23,00 (preço sugerido)

Número de páginas: 48

Data de lançamento: 2000

Sinopse: Uma coletânea de histórias de Os Skrotinhos produzidas entre 1987 e 2000, parte delas coloridas especialmente para esta edição, que foi a primeira da Coleção Sobras Completas.

Positivo/Negativo: Poucos personagens dos quadrinhos expressam sua personalidade em suas denominações quanto Os Skrotinhos, de Angeli. Ferinos, politicamente incorretos, mal educados, irritantes, espaçosos, ciumentos, egoístas, tarados, cruéis (sobretudo com a idiotice alheia), em suma: sacanas, as personificações do pentelho. Uma dupla amoral, cuja principal motivação é evidenciar as fraquezas e defeitos do primeiro boçal que aparecer...

Em suas tiras, Angeli, reúne jocosamente aspectos irritantes da personalidade
de um monte de tipos chatos que freqüentemente se encontra na vida real.
O brilhantismo da concepção dos personagens é que Os Skrotinhos
não possuem aspectos agradáveis, constituindo-se em verdadeiras caricaturas
conceituais dos defeitos humanos.

O maior defeito dos dois é... ser chato. Eles não apresentarem virtudes e falam o que pensam... E há algo mais irritante e chato que alguém que fala todas as verdades?

O estilo underground, falsamente despojado, na verdade extremamente detalhista agrada o leitor logo de cara, sobretudo coloridos. Cria, irmão, pai, amante da charge, Angeli se especializou em fazer humor sarcástico com pouco espaço, a grande maioria dos quadrinhos das suas tiras, sozinhos já são uma paródia da realidade; em conjunto garantem boas gargalhadas.

Não procure falhas pontuais na arte de Angeli, pois vai encontrá-las, sobretudo problemas de continuidade nos desenhos. O leitor que se ater a esses detalhes pode servir de inspiração para a próxima tira. Então, deixe de ser chato e perceba o trabalho como um todo.

O humor inteligente e ácido de Angeli, fruto da combinação equilibrada (?) do humor político e da arte underground, é perfeito para a mídia dos quadrinhos. E é no complexo texto/arte e, especialmente, na possibilidade da interação disto com a história de vida de cada leitor que se percebe a genialidade deste grande artista.

Não é à toa que a saudosa revista Chiclete com Banana, lançada pela Editora Circo na década de 1980, fez tanto sucesso.

Angeli acabou de ganhar dois prêmios na 16ª edição do Troféu HQ MIX (organizada pela Associação dos Cartunistas do Brasil e pelo Instituto do Museu de Artes Gráficas do Brasil), que premiou os melhores de 2003. Ele ganhou como chargista e em Publicação de Cartuns, com a obra Sexo é uma coisa suja (Devir).

Além disso, Angeli ganhou o prêmio de melhor Desenhista Nacional de 1995; de Exposição, em 1999, no Festival internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte; e de Chargista de 1996 a 2003.

A edição está impecável, formato álbum (21 x 28cm), lombada quadrada, capa cartonada, papel de excelente qualidade, cores belíssimas.

Destaque para The Little Black Skrots, uma mais engraçadas sátiras ao politicamente correto já publicadas no Brasil...