OS SMURFS # 2
Autor: Peyo (textos e desenhos).
Preço: Cr$ 180,00 (preço da época)
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Janeiro de 1983
Sinopse: A smurfete - A rotina da aldeia dos Smurfs é radicalmente mudada com a chegada de uma garota... ou melhor, de uma smurfete.
Mas ninguém imaginava que a única versão feminina de uma comunidade só de homens fosse uma criação do bruxo Gargamel, inimigo ferrenho dos pequenos duendes azuis, que a infiltrou ali para desestabilizá-los.
Positivo/Negativo: O desenho animado dos Smurfs fora recém-lançado quando esta aventura em quadrinhos foi publicada no Brasil, no título próprio dos personagens. A revista, que durou parcas edições, reproduzia (em tamanho pouco menor que o formato americano) os álbuns europeus originais dessa turma.
Nesta aventura, um dos grandes mistérios dos Smurfs ficou ainda mais explícito: como essas pequenas criaturas se reproduzem?
É quase certo que nunca haviam visto uma "mulher" de sua raça. Afinal, a chegada da Smurfete causa um rebuliço dos grandes na aldeia e a surpresa é proporcional a um sentimento avassalador que toma conta de todos e que ninguém entre eles parecia conhecer: a paixão.
Mesmo feia, desastrada e sem nenhuma prenda doméstica, Smurfete virou a sensação do pedaço. Mais ainda quando o Papai Smurf a transformou em realmente bela. De morena a loira com uma simples "operação plástica", a atração que ela exercia passou a ser tamanha, que cada Smurf tratou de disputá-la literalmente a tapas, pondo em risco o equilíbrio da comunidade.
Como qualquer fã veterano já sabe, Smurfete foi julgada e perdoada por sua inocente ligação com Gargamel. A partir daí, ela se tornou figura importante para a união dos Smurfs e tanto mais para as muitas e excelentes aventuras dos personagens nos quadrinhos e na TV.
É curioso reler essa história sem a inocência da infância. A leitura continua agradável, o humor com textos cheios de jogos de palavras e piadas diretas nos diálogos, além das bem dosadas gags visuais, ainda divertem. Mas chamam atenção as idéias que por ali desfilam, sejam por convicção ou pura galhofa do autor, o belga Peyo.
Isso pode ser constatado em passagens como a que Gargamel, logo nas primeiras páginas, busca no fundo de sua maquiavélica mente alguma forma de se vingar dos Smurfs.
Após várias idéias imediatamente descartadas, finalmente o bruxo encontra a solução: "Tem que ser outra coisa! Um feitiço terrível, pra que eles se arrependam de ter nascido. Uma horrível maldição... Ah, achei! Vou mandar uma smurfete pra eles", vociferou o vilão. Mais (divertidamente) machista, impossível; e, ao mesmo tempo, uma aceitação do poder da mulher.
Também não dá para ignorar as citações veladas ao anarquismo, comunismo e outras baboseiras ideológicas que, felizmente, servem apenas para conferir unidade ao conceito dos Smurfs e não atrapalham a diversão.
E não se pode esquecer de registrar: Gargamel não saiu incólume da tentativa de acabar com seus inimigos. Graças ao Papai Smurf. Da mesma forma que o bruxo enviou uma força feminina à aldeia dos pequeninos, o patriarca usou magia para criar uma pretensa namorada para o bruxo, que finalizou a história sendo perseguindo por uma "baranga" com a sua fisionomia.
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