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OS TRÊS MOSQUETEIROS

1 dezembro 2011

OS TRÊS MOSQUETEIROS

Editora: Salamandra - Edição especial

Autores: Jean David Morvan e Michel Dufranne (roteiro) e Rubén Del Rincón (arte) e Marie Galopin (cores) - Originalmente em Le trois mouquetaires # 1 a # 4.

Preço: R$ 48,90

Número de páginas: 208

Data de lançamento: Julho de 2011

 

Sinopse

D'Artagnan é um jovem gascão de 18 anos e sangue muito quente que deixa sua terra natal para apresentar-se em Paris, com uma recomendação do pai ao fidalgo de Tréville, capitão da Companhia dos Mosqueteiros.

Segue-se, então, uma série de acontecimentos que fazem com que D'Artagnan tenha que duelar com os três mosqueteiros - Athos, Porthos e Aramis - e os guardas do cardeal Richelieu. E isso é só o começo de uma grande aventura, com passagens de amor, traição, amizade e muita ação.

Positivo/Negativo

A Salamandra investe esporadicamente em quadrinhos, sempre com olhos voltados para materiais com potencial para adoção em planos governamentais de incentivo à leitura. Este é um nicho no qual o grupo Santillana, ao qual pertence a editora (e outras como Moderna e Objetiva) é muito presente.

Esta coleção, que publica álbuns do selo Ex-Libris, da francesa Delcourt, é prova disso. Os dois primeiros, Frankenstein e Robinson Crusoé, lançados em 2009, já foram adotados pelo PNBE - Programa Nacional Biblioteca da Escola.

E os dois títulos que a Salamandra colocou no mercado em 2010, o mediano As aventuras de Tom Sawyer e o bom A ilha do tesouro, e este Os três mosqueteiros, de 2011, também postulam essas benesses.

Mas a leva de adaptações literárias que invadiu o mercado brasileiro nos últimos anos provou que nem todas resultam em boas histórias em quadrinhos. Mesmo sendo baseadas em textos consagrados nacional e mundialmente.

Este Os três mosqueteiros, felizmente, está dentre os bons trabalhos nessa área. A começar pelo roteiro, que, assim como os demais álbuns desta coleção, é bastante fiel à obra original, escrita pelo francês Alexandre Dumas e publicada pela primeira vez em folhetins, de março a julho de 1844, no jornal Le Siècle. E sem utilizar o texto na íntegra. Afinal, trata-se de uma a-dap-ta-ção.

O ritmo que Morvan e Dufranne impõem à história é dosado com parcimônia, variando da apresentação dos personagens (todos muito bem caracterizados) às cenas de ação, intriga e até romance. Vale atentar, por exemplo, para a condução da trama rumo ao final de cada capítulo - a obra saiu na França em quatro volumes. Aliás, o final do segundo episódio, não identificado pela editora, acontece na página 104.

Pra complementar, há a vistosa arte do espanhol Rubén, um desconhecido no Brasil. Seu traço é solto, cheio de movimento, parece pronto para virar desenho animado. E a diagramação de suas páginas merece uma observação mais demorada: variando sempre as grades, utilizando "tomadas de câmera" pouco usuais e com enquadramentos diversos, ele conduz o leitor a uma narrativa de encher os olhos.

Rubén, no entanto, também comete seus vacilos - mesmo que pequenos. O artista repete um erro extremamente comum (e inexplicável) nos quadrinhos: desenha personagens apertando as mãos esquerdas ao se cumprimentarem, nas páginas 33 e 112.

As cores de Marie Galopin, mesmo longe de ser rebuscadas, são de extremo bom gosto e adequadas à proposta da coleção. Afinal, muitas vezes, menos é mais.

Trata-se, enfim, de um álbum caprichado, com papel bom e textos de apresentação retirados dos escritos do próprio Dumas. Mas a Salamandra cometeu três vacilos gráficos. O primeiro está na página 14, na qual uma faixa "suja" todo o lado esquerdo da arte, de cima a baixo. Os demais são nas páginas 157 e 161, nas quais, nos quadros com fundo preto, é possível ver o texto em francês sob as letras em português.

O grande problema da edição é a revisão descuidada da Salamandra. São mais de duas dezenas de erros, muitos deles tolos, que seriam apanhados por um corretor ortográfico de um processador de texto.

Há palavras coladas, como "guardasdo" (p. 31), "lhecitara" (p. 59), "senãovão" (p. 67) e "oaconselhará" (p. 170); mancadas feias de grafia, como "turbuletos" (p. 25), "vemência" (p. 52), "monossilbica" (p. 112), "quers" (p. 124), "fanfarão" (p. 138) e "segrança" (p. 159); erros de hifenização, como "nen-huma" (p. 157), e de concordância, como "me decidisse me afastar" (p. 139); e falta de pontos finais e acentos em algumas passagens.

Isso, sem dúvida, tira pontos desta boa adaptação de Os três mosqueteiros, ainda mais porque, como descrito no começo desta análise, a editora o publicou visando a adoção em escolas.

Classificação:

4,0

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