PEANUTS COMPLETO - 1955 A 1956
Editora: L± - Edição especial
Autor: Charles M. Schulz (roteiro e arte).
Preço: R$ 68,00
Número de páginas: 344
Data de lançamento: Agosto de 2010
Sinopse
Terceiro volume da coleção que compila, em ordem cronológica, todas as tiras diárias e dominicais de Peanuts, de Charles M. Schulz.
Positivo/Negativo
Quando a L± anunciou Peanuts Completo, houve quem achasse que uma coleção tão longa e de acabamento gráfico sofisticado não fosse vingar por aqui. Os pessimistas de plantão estavam errado, felizmente. A editora gaúcha emplacou um de seus maiores acertos nos últimos anos.
Tanto que o primeiro e o segundo álbuns já ganharam reimpressões.
Este terceiro volume tem prefácio de Matt Groening, o criador de Os Simpsons. No texto, ele demonstra toda a sua devoção ao trabalho de Schulz.
O mais legal desta coleção é acompanhar a evolução dos personagens ao longo dos anos. E quem não conhece a origem de Peanuts pode se surpreender por alguns deles.
No primeiro livro, Charlie Brown não era o perdedor nato e até aprontava
das suas com as garotas. Snoopy ainda era só um cachorro de estimação. Schroeder,
Lucy e Linus surgem como crianças mais novas - e menores - que o protagonista.
E Violet, Shermy e Patty (que não é a sua xará Pimentinha)
estavam entre os personagens principais.
O segundo tem a estreia de Chiqueirinho, Linus fica em pé pela primeira vez, Snoopy começava a ter balões de pensamento e Charlie Brown começava a mostrar sua personalidade derrotista, mas tinha lá seus momentos de glória, dando o troco nas garotas.
Neste terceiro, a altura das crianças é quase igual, Charlie Brown sofre sua primeira edição decepção no beisebol, Snoopy começa a andar sobre duas patas e a pensar como cão que conquistaria o mundo anos depois, Lucy está cada vez mais insuportável e Linus fala suas primeiras palavras.
Aliás, Linus é o grande destaque deste volume, com excelentes piadas, que não dependem apenas de seu cobertor.
Chama a atenção o fato de que Schulz, ainda nos anos 50, delineou a personalidade que vários de seus personagens teriam dali pra frente. Charlie Brown, por exemplo, começa a se dar mal invariavelmente.
Graficamente, a versão da L± é impecável, mas, mais uma vez, a editora peca por não inserir notas a respeito de vários nomes mencionados pelos personagens que fazem sentido para o público norte-americano, mas não para o brasileiro.
Quantos leitores daqui sabem quem são Davy Crockett (militar estadunidense considerado um herói nacional e que usava um chapéu de pele como de Daniel Boone, que foi tema de um seriado nos anos 1960), Sam Snead (golfista profissional), Willie Mays e Duke Snider (jogadores de beisebol), Miss Frances (personagem principal de um seriado para crianças chamado Miss Frances' Ding Dong School, estrelado pela atriz Frances Rappaport Horwich e exibido nos anos 50) ou Stephen Foster (compositor do Século 19, conhecido como o "pai da música norte-americana")?
Se a L± não quer, por razões estéticas, incluir notas curtas sob as tiras, poderia ao menos incluir essas informações no índice de aparições que está nas páginas finais e já traz todos esses nomes sem, porém, explicar quem são as pessoas.
Novamente, fica a dica para os próximos volumes. Pela qualidade deste material, esta dedicação editorial é mais do que justificada; é necessária.
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