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PEIXE PELUDO

1 dezembro 2011

PEIXE PELUDO

Editora: Conrad - Edição especial

Autores: Rafael Moralez (roteiro) e Rodrigo Bueno (arte).

Preço: R$ 24,90

Número de páginas: 96

Data de lançamento: Dezembro de 2010

 

Sinopse

Um dia na vida - e na cabeça - de um peixe ranzinza, solitário e trompetista, às voltas com lembranças e reflexões enquanto está em casa ou andando por diversos locais da "terra da garoa".

Positivo/Negativo

A fotografia das histórias em quadrinhos produzidas no Brasil vem ganhando novas cores progressivamente. Mas isso não quer dizer que todos os lançamentos estão no nível das melhores HQs já escritas e rabiscadas por aqui.

Um exemplo é Peixe Peludo, álbum feito a quatro mãos por Rodrigo Bueno e Rafael Moralez. A produção impressiona à primeira vista: além da qualidade editorial de praxe da Conrad, a capa é "sensível ao tato", com apliques felpudos em alto relevo, enfatizando os "pelos" do protagonista no desenho e no layout do título.

A história narra os monólogos internos de um peixe solitário e tocador de trompete pelas ruas de São Paulo. Suas lembranças, reflexões e ideias tomam forma no texto enquanto está inerte em casa ou andando por diversos locais da capital paulista, como a tradicional Rua Augusta.

O traço elegante e interessante de Rodrigo Bueno não é bem aproveitado pelos espaços nas páginas de Peixe Peludo. Falta ao quadrinhista um domínio maior de composições de cenários (não que em todas as páginas haja necessidade disso). A diagramação e a arte parecem "preguiçosas" na distribuição, mas isso não implica dizer que os desenhos são apressados ou malfeitos, vale frisar.

Outro motivo para a publicação estar abaixo da média é o roteiro de Rafael Moralez, poeta estreante nos quadrinhos e convidado pelo desenhista a compor os pensamentos do peludo. De forma aleatória, o escritor "digere" tudo que acha de ruim no mundo, deixando seus discursos (e a ação do personagem) perdidos no vazio das suas constatações a esmo.

Como um peixe fora d'água, talvez seja a intenção do autor deixar sua narrativa à deriva, mas isso soa àqueles velhos discursos tão vistos por ai em diversas outras formas de comunicação.

Em resumo, Peixe peludo atesta a máxima de que não se deve julgar um livro pela capa. Para o bem ou para o mal.

Classificação:

4,0

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