PINDORAMA - A OUTRA HISTÓRIA DO BRASIL
Título: PINDORAMA - A OUTRA HISTÓRIA DO BRASIL (Companhia Editora Nacional) - Edição especial
Autores: Lailson de Holanda Cavalcanti (roteiro e desenhos) e Luciano Félix (arte-final).
Preço: R$ 35,00
Número de páginas: 190
Data de lançamento: Abril de 2004
Sinopse: Uma versão crítica e bem-humorada sobre a história do Brasil. No álbum, o leitor viaja no tempo com Vasco Cuínas Del Mangue, um lavador de convés da Esquadra de Cabral, um casal de índios e Jurupari, um ser que simboliza o espírito de Pindorama.
A aventura é acompanhada por algumas entidades da mitologia brasileira e percorre de maneira lúdica vários dos principais fatos de nossa história.
Positivo/Negativo: É preciso compreender que este não é um livro de história, e sim de uma HQ. O autor, amplamente amparado em pesquisa, faz um trabalho informativo, mas não tem na fidelidade um grilhão para sua expressão artística. As sátiras, muitas vezes ácidas, feitas ao cotidiano moderno e a momentos históricos dão um tempero todo especial à edição.
Comumente encontra-se nas histórias em quadrinhos características que as tornam divertidas, críticas, informativas, didáticas... o que é raro achar são todos esses atributos numa só HQ. Pindorama apresenta essa virtude. O autor conseguiu, de forma inovadora, construir um revista informativa, mas que não perde seu caráter humorístico, resultando numa leitura agradável para todas as idades.
Lailson foi minucioso e usou sua experiência como chargista em cada página. A caracterização dos personagens ao longo dos 500 anos de Brasil está formidável, com destaque para os belos desenhos, o estilo limpo e agradável e a sofisticação e o rigor com que a variação arquitetônica foi mostrada no álbum, em diferentes planos de enquadramento.
Pindorama, a outra história do Brasil constitui o desabrochar de um projeto que nasceu como tiras, foi editado numa serie de doze revistas e agora, maduro, se mostra na forma de um álbum extraordinariamente bem acabado, com edição primorosa e acabamento de luxo.
A obra conta ainda com um prefácio da professora Sonia Luyten, pesquisadora, autora de livros sobre quadrinhos e colaboradora do Universo HQ, uma analise conceitual do próprio Lailson sobre arte seqüencial e, fechando a obra, um currículo do autor que evidencia e explica sua intimidade com o mundo dos gibis.
Lailson abre novas fronteiras para as HQs, mostrando, de forma competente e prática, que os quadrinhos (arte seqüencial) possuem um amplo potencial ainda pouco explorado: esta mídia se presta à comunicação de massa e tem aplicabilidade como ferramenta didática lúdica.
Apenas um senão: a obra foi pensada e construída para ser trabalhada via computador, o que acarretou balões muito padronizados, desenhos sempre fechados e diagramação de páginas bastante convencional.
Mas nada que diminua a importância do trabalho. Em resumo, Pindorama é o tipo de quadrinhos que merece ser lido; não é à toa que sua versão seriada ganhou em 2001, o 14º Troféu HQ Mix de melhor minissérie nacional.
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