PIXEL MAGAZINE # 14
Autores: Planetary (Planetary # 26) - Warren Ellis (roteiro) e John Cassaday (desenhos);
DMZ (DMZ # 6) - Brian Wood (roteiro e arte) e Riccardo Burchielli (arte);
Hellblazer (Hellblazer # 153) - Brian Azzarello (roteiro) e Marcelo Frusin (arte);
Promethea (Promethea # 11) - Alan Moore (roteiro) e J. H. Williams III (desenhos).
Preço: R$ 10,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Maio de 2008
Sinopse: O confronto final entre o Planetary e os últimos integrantes d'Os Quatro.
Matthew Roth reencontra um velho conhecido.
John Constantine descobre que as surpresas nunca acabam em Doglick.
Promethea encara a batalha do milênio.
Positivo/Negativo: O destaque desta Pixel Magazine não poderia ser outro que não o aguardado penúltimo número de Planetary.
Exatamente seis anos após a sua primeira publicação no Brasil, pela Pandora Books, dentro da revista The Authority, os fãs brasileiros poderão conferir o aguardado encontro entre os Arqueólogos do Impossível e Os Quatro.
O confronto decisivo entre Elijah Snow e Randall Dowling não tem nada das pirotecnias ou dos lugares-comuns tão caros ao gênero de super-heróis. É um duelo brutal, que mais se assemelha a uma partida de pôquer disputada por deuses. Quem blefar melhor, leva tudo, e o que está em jogo é o futuro de toda a raça humana.
A conclusão é primorosa e respeita toda a lógica do que foi apresentado, principalmente ao valorizar o conhecimento que aos poucos foi sendo adquirido - ou rememoriado - por Snow. A impressão é de que os autores elaboraram o clímax desde o primeiro instante e que, à medida que a série evoluía, apenas posicionavam melhor as peças de seu enorme quebra-cabeças.
Ao longo de suas 26 edições, o Planetary de Ellis e Cassaday revisitou e redimensionou vários ícones da cultura pop do século 20. Passou pelos personagens de ficção publicados nas revistas pulp, tais como Doc Savage, Tarzan e Fu Manchu. Fez notar as referências às obras de Júlio Verne, ao Drácula de Bram Stoker, ao Sherlock Holmes de Sir Arthur Conan Doyle, aos monstros clássicos japoneses Godzilla, Mothra e Rodan, ao filme 2001 - Uma Odisséia no Espaço, à série de rádio e televisão The Lone Ranger e ao cinema chinês de ação do final da década de 1980 e início da de 90.
Isto sem esquecer as homenagens a vários conhecidos das HQs como o Capitão Marvel (DC), Hulk, a Liga Extraordinária , John Constantine, Nick Fury, Quarteto Fantástico e tantos outros.
A série teve seu primeiro número publicado nos Estados Unidos em abril de 1999 e no início a periodicidade era bimestral. No entanto, com o passar do tempo, foi aumentando o espaço entre uma edição e outra, até chegar ao ponto de ter um hiato de dois anos, entre 2001 e 2003, devido a problemas de saúde de Warren Ellis e à comprometida agenda de John Cassaday.
Para se ter uma idéia, Planetary # 15 chegou às comic shops americanas em agosto de 2001. e o # 16 somente em agosto de 2003!
Segundo palavras do próprio Ellis, o derradeiro # 27 teve o roteiro finalizado no final de 2007 e já foi encaminhado a Cassaday. As expectativas mais otimistas apontam que a edição deverá ser lançada até o final deste ano, mas como se trata de Planetary, 2009 parece ser um ano tão bom quanto qualquer outro. Além do mais, seria bem ao estilo da revista que ela terminasse exatos dez anos após a sua estréia.
A seguir, DMZ e a primeira parte de Corpo de Jornalista.
A premissa básica do arco é muito boa, assim como é alta a expectativa para o que virá a seguir, mas há algo que incomoda. Depois de algumas edições - umas melhores, outras piores - com este incômodo, o problema parece ser a quase absoluta falta de carisma do protagonista Matthew Roth. E como ele representa os olhos do leitor em meio ao caos que Manhattan se tornou, fica difícil criar interesse por algo que aconteça na ilha.
Por tratar-se de uma HQ de guerra, DMZ é um título único em bancas brasileiras. Mas isto por si só não é mérito algum, pois é apenas um segmento em que pode ser catalogado. Espera-se que a seqüência da publicação prove que se trata de uma boa história que ganhará corpo aos poucos.
Hellblazer traz mais um capítulo de Boas Intenções.
É uma trama nebulosa e, assim como acontece com Constantine, o leitor parece ter bebido todas na noite anterior e esquecido completamente o que leu. O texto de Azzarello, ainda que não chegue a lugar algum, tem pequenas sacadas bem legais, mas da arte de Frusin não se salva praticamente nada. É um desenho maçante e limitado, que deixa a trama ainda mais lenta e arrastada.
Promethea fecha a Pixel Magazine no melhor estilo blockbuster hollywoodiano, com direito a astros de cachê altíssimo, efeitos especiais de última geração e formato widescreen interativo.
É um legítimo filme de invasão alienígena sem aliens. O inimigo aqui é o elastagel, uma substância tecnológica maleável de usos variados, que, no badalar dos sinos que separam os anos 1999 e 2000, entra em colapso adquirindo uma espécie de consciência coletiva caótica e começa a atacar as pessoas que comemoram a virada do milênio (sim, Alan Moore errou, já que isso aconteceu de 2000 para 2001).
Numa parceria gerada pela circunstância, Promethea e Os Cinco Caras Bacanas trabalham juntos para conseguir deter a criatura.
É uma aventura em que, como já é praxe, Moore e Williams esbanjam talento e criatividade. O texto tem um ritmo cinematográfico de urgência e os desenhos em pranchas horizontais tornam a narrativa emocionante, parecendo uma volta na montanha-russa.
Quanto ao trabalho editorial, só há um deslize, em DMZ: não constam os créditos da história. Além disso, o texto do editorial faz menção ao segundo número de Fábulas Pixel, mas o primeiro nem chegou ainda às bancas. No restante, outro bom trabalho da Pixel na melhor revista mensal atualmente em bancas.
Classificação: