PIXEL MAGAZINE # 15
Autores: Promethea (Promethea # 12) - Alan Moore (roteiro) e J. H. Williams III (desenhos);
DMZ (DMZ # 7) - Brian Wood (roteiro e arte) e Riccardo Burchielli (arte);
Hellblazer (Hellblazer # 154) - Brian Azzarello (roteiro) e Marcelo Frusin (arte);
Freqüência Global (Global Frequency # 6) - Warren Ellis (roteiro) e David Lloyd (arte).
Preço: R$ 10,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Junho de 2008
Sinopse: Promethea e o início de toda a criação.
Uma vez fora da zona desmilitarizada, Matthew Roth não se sente tão confortável quanto imaginaria.
O que será que John Constantine fez na noite passada?
De todos os agentes da Freqüência Global, Sita Patal é a única que pode impedir um desastre biológico no centro de Londres.
Positivo/Negativo: Para encerrar o primeiro ano de aventuras de sua heroína científica, Alan Moore se debruça sobre a criação do universo e constrói uma narrativa que atravessa as eras e mostra como tudo começou e o ponto em que tudo terminará.
Numa comparação grosseira, pode-se perceber um paralelo entre este conto e A Divina Comédia. E não só pela estrutura de cantos similar ao clássico poema de Dante Alighieri, mas também pelo trio principal de ambas as obras.
Promethea faz as vezes de Dante como a personificação do ser humano ao ser conduzido pelos momentos mais importantes da humanidade através do teatro mágico da mente.
Os guias Mike e Mack - as serpentes de seu caduceu - não deixam de ser versões mais esotéricas de Virgílio e Beatriz. O primeiro simboliza a razão e acompanha Dante pelo Inferno e pelo Purgatório, enquanto a última representa a fé e é a anfitriã do viajante no Paraíso.
São muitos os níveis em que o roteiro de Moore trabalha. Alguns deles são muito bem analisados em um texto assinado pelo jornalista Delfin, colaborador do UHQ, logo após a última página.
É uma história espetacular, que fecha com mestria a passagem de Promethea pela Pixel Magazine. O título está programado para retornar em Fábulas Pixel # 4, ainda sem data definida para publicação.
Em DMZ, a continuação de Corpo de Jornalista traz uma boa trama e consegue dar mais personalidade ao jovem Matthew Roth.
O ritmo ágil do roteiro iguala o melhor momento da série até aqui, apresentado na Pixel Magazine # 10.
Por outro lado a saga Boas Intenções apresentada em Hellblazer continua devagar quase parando.
O texto de Azzarello é bobo e as ilustrações de Frusin são estáticas e cansativas. Ainda que a explicação para a tal doglick não seja de todo ruim se encarada como um humor negro meio cafajeste - assim como é o do próprio Constantine -, é pouco para um personagem que já teve tantos bons momentos e com escritores variados.
Por fim, volta à revista Freqüência Global, que só teve publicada uma edição, no número de estréia.
Sita Patal é a única perita em le parkour da Freqüência Global. Por isso, é a última esperança para impedir, num curtíssimo espaço de tempo, que exploda no centro de Londres uma bomba que contém o vírus Ebola.
Como ocorre nas 12 edições do título, Ellis apresenta uma aventura fechada em si mesma que em tudo se assemelha a um episódio de alguma série de ação exibida na televisão.
Quanto aos desenhos, Lloyd não está no melhor de sua forma, mas a competência de sua narrativa compensa quaisquer pequenos pormenores na arte.
Com exceção da falta do trema no Freqüência Global da capa e na ausência dos créditos em DMZ, mais uma excelente edição da recentemente eleita melhor publicação mix no Troféu HQ Mix.
Classificação: