PIXEL MAGAZINE # 20
Autores: Ex Machina (Ex Machina # 12) - Brian K. Vaughan (roteiro), Tony Harris (desenhos) e Tom Feister (arte-final);
Hellblazer (Hellblazer # 159) - Brian Azzarello (roteiro) e Marcelo Frusin (arte);
Freqüência Global (Global Frequency # 3) - Warren Ellis (roteiro) e Steve Dillon (arte);
Y - O Último Homem (Y - The Last Man # 6) - Brian K. Vaughan (roteiro), Pia Guerra (desenhos) e Jose Marzan (arte-final).
Preço: R$ 10,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Novembro de 2008
Sinopse: Enquanto o prefeito Mitchell Hundred se prepara para fazer parte de um júri popular, um novo vigilante faz justiça com as próprias mãos pelas ruas de Nova York.
Três homens suspeitos chegam ao bar e prometem dar ainda mais trabalho a John Constantine.
Somente a Freqüência Global pode impedir uma invasão alienígena.
Yorick, a agente 355 e a Dra. Mann perceberão que ir até a Califórnia será muito mais complicado do que imaginavam.
Positivo/Negativo: Para abrir esta Pixel Magazine, a estréia de mais uma série, a ótima Ex Machina, de Brian K. Vaughan e Tony Harris.
A trama continua do ponto exato em que parou na minissérie Símbolo e mostra Hundred em meio a uma convocação para fazer parte de um júri popular e a aparição de um vigilante que alega ter ligação direta com a Grande Máquina.
Para aqueles que não conhecem o título, há um dossiê que explica o que ocorreu até então. Mas interessante mesmo é ler tanto a mini supracitada, da Pixel, quanto o primeiro encadernado, Estado de Emergência, publicado pela Panini.
Como acontece desde o início, os flashbacks e o próprio passado do prefeito são parte essencial da trama e muito importantes em seu desencadear. Primeiro quando um lunático que tentou matá-lo é solto após um curto período na prisão; e segundo, quando o já citado justiceiro mascarado resolve dar um basta nos crimes na cidade.
Essas voltas ao passado vão aos poucos revelando ao leitor o tipo de herói que Hundred era, os detalhes que o fizeram largar aquela vida e também fatos que se desdobrarão no presente.
Para completar, o roteiro de Vaughan é muito bem acompanhado pelos excelentes desenhos de Harris (Starman). O nível de detalhamento dos rostos e das pessoas em geral é impressionante e casa perfeitamente com a verborragia de Ex Machina.
Em Hellblazer, mais mal-encarados fogem da nevasca e refugiam-se no bar em que Constantine se encontra.
Só para variar, Azzarello faz de tudo um enorme mistério. Não se sabe quem é o homem que apareceu morto dentro de seu próprio carro ou por que um dos recém-chegados está sangrando devido a um tiro que levou.
O roteirista tem a vantagem de contar com a simpatia de boa parte do público leitor do título, devido aos seus trabalhos anteriores, mas só isso não é o bastante. Até agora, ele prova ter prometido muito mais do que cumpriu.
Pode ser que a próxima edição seja dinamite pura, mas até aqui é mais uma historinha meia-boca que faz feio frente a inúmeras fases do velho Constantine.
Freqüência Global tem mais uma aventura em que Warren Ellis esbanja estilo, devidamente acompanhado da arte limpa e sem frescuras de Steve Dillon.
O roteiro parte da premissa de que uma invasão alienígena está prestes a acontecer. Só que, diferentemente do chavão de caras verdes em naves de formatos variados, ela ocorrerá por meio de memes, que são idéias - ou mais especificamente unidades de informação - que se propagam entre ambientes. Por exemplo, quando é adquirido um conhecimento específico ao ler um livro.
Na trama, o início do processo se dá com uma escrita específica, que por meio da leitura feita por um indivíduo faz com que esta informação seja armazenada em seu cérebro. A partir desse primeiro contato, a transmissão dos dados toma inúmeras formas, e como a informação faz parte de um ataque planejado, é questão de tempo até que as pessoas controladas consigam um modo mais eficiente de passá-la ao maior número possível de receptores.
Ellis utiliza os memes como uma linguagem virótica, o que não é a definição mais científica para o termo, mas não deixa de ser aceitável e compreensível para o desenrolar da trama.
Para ler mais a respeito, vale a pena ter como ponto de partida o artigo na Wikipedia.
Y - O Último Homem tem seqüência com o arco Ciclos, que começa com a viagem de Yorick, agente 355 e a Dra. Mann - além, é claro, de Ampersand - até a Califórnia, em busca dos backups dos arquivos da biotecnóloga.
A história elucida um pouco mais sobre a Dra. Allison Mann e dá margem a Yorick extrapolar suas respostas espirituosas e o seu senso de humor peculiar. Nisso ele é bem parecido com o prefeito Hundred, de Ex Machina, outra cria do escritor Brian K. Vaughan.
É muito bom constatar que, mesmo após a saída de Planetary e Promethea, já há alguns meses, o mix da revista continua diversificado e com ótima qualidade.
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