Planetary – Volume 4 – Arqueologia espaço-temporal
Editora: Panini Comics– Edição especial
Autores: Warren Ellis (roteiro), John Cassaday (arte), Laura Martin e David Baron (cor) – Originalmente em Planetary # 19 a # 27.
Preço: R$ 24,90
Número de páginas: 228
Data de lançamento: Abril de 2014
Sinopse
Volume final da série. Elijah Snow entende seu papel nesse mundo estranho, o Planetary trava sua batalha final contra Os 4 e um plano mirabolante é posto em ação.
Positivo/Negativo
Vale, antes de qualquer análise final sobre a série, elogiar a Panini que, em menos de um ano, concluiu Planetary. Este quarto e último encadernado tem a única história que permanecia inédita em português ainda, justamente a última.
Também é prudente avisar que se você não sabe nada sobre a série, esta resenha não é o melhor lugar para começar. Mesmo quem não leu este volume ainda valeria deixar este texto para o futuro, pois detalhes da trama serão tratados abaixo e isso pode estragar sua surpresa. Findado os alertas, à obra.
Como já dito na resenha do primeiro volume, Planetary é uma trama de arqueólogos de histórias ficcionais. Se o português ainda fizesse essa distinção entre os termos, diria-se que os personagens são caçadores de estórias.
E a história que a equipe quer descobrir é a da cultura pop. Neste encadernado há novamente diversas citações à narrativas típicas dos pulps, aos gêneros de cinema e aos próprios quadrinhos.
O que se intensifica nesta edição é a participação das teorias científicas como forma de explicar a existência da ficção. Batera, na página 19 diz: “...não no espaço que percebemos, que deriva do plano bidimensional em que vivemos e sim um verdadeiro tridimensional.” E Snow, na 172: “No longo prazo, somos todos efeitos colaterais em três dimensões de um universo bidimensional amontoado numa pilha multidimensional”.
Ou seja, Snow e Batera sabem que são personagens desenhados (universo bidimensional) em uma história em quadrinhos (pilha multidimensional) e que se projetam em três dimensões somente na mente do leitor. É na memória e no jogo de leitura e compreensão que eles ganham sua tridimensionalidade.
Falou-se muito em tempo e espaço na série, sobretudo para o resgate de Ambrose Chase neste volume. Ora, e as histórias em quadrinhos não são uma máquina de converter espaço em tempo? A arma de que o quadrinhista dispõe é manipulação do espaço e, dentro disso, ele sugere o tempo.
Claro, há o tempo de leitura (que varia para cada leitor) e o imaginado, que se cria entre um espaço e outro (os painéis). Este universo é todo bidimensional e se projeta no leitor como uma terceira dimensão, impondo no nosso mundo sua quarta, o tempo.
Um mundo que pode fazer um leitor de quadrinhos pensar em tudo isso é estranho: vamos mantê-lo assim. Nunca percamos isso de vista.
Classificação