PONTO DE IGNIÇÃO # 3
Editora: Panini Comics - Minissérie mensal em cinco edições
Autores: Ponto de ignição (Flashpoint # 2) - Geoff Johns (roteiro), Andy Kubert (desenhos), Sandra Hope (arte-final) e Alex Sinclair (cores);
Kid Flash perdido - Parte Um (Flashpoint - Kid Flash # 1) - Sterling Gates (roteiro), Oliver Nome (desenhos), Trevor Scott (arte-final) e Brian Buccellato (cores);
Flash Reverso - Minha vingança (Flashpoint - Reverse Flash) - Scott Kolins (roteiro), Joel Gómez (arte) e Brian Buccelatto (cores).
Preço: R$ 5,90
Número de páginas: 64
Data de lançamento: Março de 2012
Sinopse
Ponto de ignição - Recorrendo à ajuda do Batman de uma realidade alternativa, Barry Allen tentará repetir o acidente que lhe concedeu seus poderes.
Kid Flash perdido - O garoto mais rápido do mundo acorda num futuro dominado por máquinas, e terá uma única aliada para voltar ao presente.
Flash Reverso - uma retrospectiva da rivalidade mortal entre Flash e Flash Reverso.
Positivo/Negativo
Chegando a sua terceira edição nacional, que reúne a segunda parte do evento Flashpoint com duas histórias relacionadas, fica evidente que a minissérie Ponto de ignição já nasceu sem muito fôlego.
As tramas acrescentam pouco ao painel maior orquestrado pelo roteirista Geoff Johns, e as boas ideias da edição anterior cedem lugar a um previsível amontoado de clichês.
Escrever mais uma megassaga com os personagens da DC não é tarefa das mais fáceis, mesmo para um autor com experiência em trabalhar um grande elenco de personagens. Por focar apenas no Flash e numa versão alternativa de Batman, Ponto de ignição poderia explorar melhor essas duas personalidades distintas num universo renovado. Não é o que acontece.
Os conflitos entre Atlântida e a Ilha Paraíso, pano de fundo da saga, não conseguem garantir o interesse do leitor pela realidade de Flashpoint, restando às caracterizações a tarefa de entreter.
Deve-se admitir que, ao menos, a dupla de protagonistas rende bons momentos, e este Cavaleiro das Trevas tem potencial. Todavia, todos os elementos que poderiam proporcionar uma saga memorável surgem superficiais e são mal desenvolvidos, parecem apenas vinhetas, não uma trama completa - ou um capítulo da história.
Johns é o principal roteirista de super-heróis da DC, perito em revitalizar personagens e produzir grandes sagas, e o trabalho em Ponto de ignição não faz jus ao seu talento. A minissérie parece feita às pressas para lançar o reboot da editora, com a agravante de trazer um sem-número de títulos secundários, igualmente decepcionantes.
Nesta edição, Kid Flash Perdido e Flash Reverso comprovam o interesse da editora em investir mais na mitologia do Corredor Escarlate. O primeiro conta com texto do novato Sterling Gates, que se destacou recentemente nas aventuras da Supergirl, mas apresenta um trabalho burocrático e pouco imaginativo. O curioso é que ele estava escalado para escrever um título mensal do herói adolescente, que acabou não vingando.
Num futuro apocalíptico remanescente da trilogia cinematográfica Matrix, um Bart Allen sem poderes encontra a nova Perseguidora Implacável e precisa descobri uma forma de voltar para casa antes que deixe de existir. Esse conceito não acrescenta nada a série principal, é só mais um futuro alternativo, e ainda atesta o quanto o herói carece de personalidade desde que abandonou a identidade de Impulso, na revista dos Novos Titãs.
A terceira história da edição, centrada no Flash Reverso, é outro desperdício. Scott Kolins, mais conhecido como ilustrador de uma das melhores fases do Flash, escrita por Geoff Johns, arrisca-se no roteiro, com resultados pouco animadores.
A história pode apenas cumprir o propósito de situar leitores mais novos na mitologia dos personagens, pois não passa de uma retrospectiva de momentos conhecidos na vida de Barry Allen, do ponto de vista de seu arqui-inimigo.
Das três histórias da revista, o único destaque são as ilustrações de Andy Kubert, o que é pouco demais para um evento tão importante para o Universo DC.
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