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PONTO DE IGNIÇÃO # 4

1 dezembro 2012

PONTO DE IGNIÇÃO # 4

Editora: Panini Comics - Minissérie mensal em cinco edições

Autores: Ponto de ignição - Capítulo 3 (Flashpoint # 3) - Geoff Johns (roteiro), Andy Kubert (desenho), Sandra Hope (arte-final) e Alex Sinclair (cores);

Kid Flash perdido - Parte 2 (Flashpoint: Kid Flash Lost # 2) - Sterling Gates (roteiro), Oliver Nome (desenho), Trevor Scott (arte-final) e Brian Buccellato (cores);

Kid Flash perdido - Parte 3 (Flashpoint: Kid Flash Lost # 3) - Sterling Gates (roteiro), Oliver Nome (desenho), Trevor Scott (arte-final) e Brian Buccellato (cores).

Preço: R$ 5,90

Número de páginas: 64

Data de lançamento: Abril de 2012

 

Sinopse

Ponto de ignição - Numa realidade alternativa, Batman e Flash buscam vestígios da existência de Superman para restaurar o mundo ao seu estado original.

Kid Flash Perdido - Bart Allen encontra-se sem poderes num futuro dominado por Brainiac, e conta com uma aliada inesperada para voltar para casa.

Positivo/Negativo

Um dos mais tradicionais super-heróis da DC Comics, o Flash esteve sempre associado a grandes eventos e mudanças no quadriverso da editora. O surgimento do segundo velocista escarlate, Barry Allen, em 1956, deu o pontapé inicial para a Era de Prata dos quadrinhos, quando personagens clássicos foram reinventados com novas identidades.

A morte de Allen, em Crise nas Infinitas Terras, de 1986, marcou o fim de uma época mais inocente, dando início a reformulações de heróis e um tom mais maduro.

Posteriormente, já na década de 1990, as histórias de Wally West, o terceiro Flash, investiram em doses de otimismo que inspiraram diversos autores numa renascença dos quadrinhos do gênero.

E agora, a saga Ponto de ignição, estrelada por um renascido Barry Allen, marca o fim do Universo DC como os leitores o conhecem, com um reboot completo dos títulos mensais, que foram relançados do número um, com uma cronologia renovada.

Poderia ser mais uma história de qualidade na trajetória dos velocistas, mas não é o que ocorre, infelizmente.

A mitologia do Flash foi expandida de seus conceitos iniciais para um clã de velocistas, o conceito da Força de Aceleração e herdeiros no futuro distante nas histórias assinadas por Mark Waid na década de 1990.

Assim, o jovem Wally West finalmente saiu da sombra de seu falecido mentor e se tornou um herói maduro e independente. Foi a evolução de um ex-parceiro adolescente (já que ele iniciou sua carreira heroica como Kid Flash) como poucas vezes se viu nos quadrinhos.

Todavia, como o mercado caminha em ciclos, logo ele caiu em popularidade e a DC decidiu trazer Barry Allen de volta à vida. O retorno ocorreu na saga Crise final, que foi seguida pela minissérie Flash - Renascimento, assinada pelo competente Geoff Johns.

A iniciativa pretendia repetir o sucesso do retorno de Hal Jordan, o Lanterna Verde da Era de Prata, pelas mãos do mesmo roteirista. Mas o raio não caiu duas vezes no mesmo lugar. A nova vida do Flash já começou sem força, apesar dos talentos envolvidos, e a minissérie Ponto de ignição é um dos maiores equívocos da história recente da DC. Essa nova realidade alternativa é pouco explorada no título principal, e uma grande quantidade de minisséries relacionadas não ajuda.

Como equipe criativa, Geoff Johns e Andy Kubert prometiam um trabalho vigoroso. Mas o roteirista, um dos mais celebrados da atualidade na indústria de super-heróis, parece cansado e distante da criatividade de outrora. A trama avança pouquíssimo a cada edição, e a minissérie só existe para divulgar as séries relacionadas, que por sua vez também não funcionam sem o título principal.

Neste número, Batman e Barry Allen buscam a ajuda do Cyborg para localizar Superman, com o intuito de restaurar o universo ao seu estado original. Não há drama na interação entre os dois protagonistas, e a revelação do que aconteceu com o Homem de Aço nesta realidade também não empolga.

É ainda mais lamentável notar que algumas ideias são até originais e diferentes do que já foi feito em termos de aventuras alternativas, mas a execução preguiçosa compromete o resultado.

Nas duas histórias do Kid Flash que completam a revista, o roteirista Sterling Gates, revelação em Supergirl na fase Novo Krypton, se esforça para levar o herói adolescente em direções inusitadas, mas oferece mais uma trama genérica de futuro pós-apocalíptico.

O único ponto de redenção é o bom uso da cronologia pregressa do personagem, mas isso só agrada aos nostálgicos pelo passado do Flash.

Assim, Andy Kubert se torna o destaque de Ponto de ignição, impedindo o desastre completo. Ele é perfeito para narrativas de super-heróis repletas de ação. O texto de Johns nem chega a ser tão movimentado, mas o desenhista consegue brilhar por sua interpretação energética dos ícones da DC até em cenas mais calmas.

Já nas histórias do Kid Flash, o traço de Oliver Nome é comum e sem personalidade.

Ponto de ignição é um fim decepcionante para uma era do Universo DC que contou com sagas memoráveis, da Crise original a O dia mais claro, e que vinha numa velocidade incrível desde a minissérie Crise de Identidade, de 2004.

A transição do Universo Original para Os Novos 52 merecia um cuidado maior.

 

Classificação:

4,0

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