POTENTES, PREPOTENTES E IMPOTENTES
Título: POTENTES, PREPOTENTES E IMPOTENTES (Martins Fontes) - Edição especial (álbum)
Autores: Quino (roteiro e desenhos).
Preço: R$ 31,50
Número de Páginas: 114
Data de lançamento: Junho de 2003
Sinopse: Coletânea de cartuns do argentino Joaquim Salvador Lavado, o Quino, sobre a opressão e a prepotência dos mais fortes sobre os mais fracos. Originalmente publicada em 1989, junto com o álbum Mafalda Inédita.
Positivo/Negativo: A produção de Quino é imensa e, tirando Quinoterapia, há muito tempo esgotado, o Brasil só conhece o trabalho do argentino na tirinha Mafalda. Só que a brilhante garotinha ocupou apenas 10 anos de uma carreira cinqüentenária, iniciada em 1950.
Em Potentes, Prepotentes e Impotentes, Quino mostra que é um dos grandes cartunistas do mundo inteiro. Seu traço é o mesmo que o consagrou em Mafalda, mas está muito mais detalhado. Ele usa poucas palavras. Não precisa delas. Seu desenho diz tudo. Não necessita escrever que fulano é um político aposentado: os porta-retratos da sala vão dizer isso.
Num dos desenhos mais impactantes, Quino mostra a estátua de uma mãe batendo no traseiro de seu filho. Mas, tal qual a Vênus de Milo, a peça não tem braços. Mais: não tem pernas nem cabeças. Mas os rostos da mãe e do filho dão conta do recado.
O álbum chega às livrarias como parte de uma série de três louváveis lançamentos da Martins Fontes. Soma-se a ele Não Fui Eu! e Que Gente Má!
Infelizmente, os três livros chegam nus. Não há referências sobre os locais originais de publicação dos cartuns, nem sequer uma biografia breve de Quino. Bem, não há nem mesmo uma linhazinha dizendo "do mesmo autor de Mafalda", o que certamente ajudaria nas vendas.
Deixa a impressão que o livro foi editado às pressas e jogado nas livrarias sem nenhum cuidado. Nem o site da editora traz mais informações. Se houve algum tipo de zelo, então esse cuidado foi acompanhado de incompetência.
Depois o livro encalha nas prateleiras, e os editores acabam culpando os fãs de quadrinhos! Pior: penitenciam os pobres leitores, cortando lançamentos do gênero dos planejamentos.
Mas que culpa têm os leitores se nem sequer podem contar com um editor atencioso? Bem, pelo menos a tradução de Monica Stahel é excelente, e o letreiramento e a finalização são de primeira. Destaque também para as capas da coleção, tão belas quanto elegantes.
Que fique registrado que o meio ponto excluído da nota é devido meramente à preguiça do editor. Quino mereceria até mais do que cinco.
Classificação: