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PREACHER # 30

1 dezembro 2003


Título: PREACHER # 30 (Brainstore) - Revista quinzenal

Autores: Garth Ennis (roteiro) e Steve Dillon (desenhos).

Preço: R$ 7,90

Número de Páginas: 24

Data de lançamento: Setembro de 2003

Sinopse: As Portas do Inferno - Parte 2 de 4 - Sorriso Igual aos Portões do Inferno - Jesse Custer começa a desvendar a verdade sobre o passado de Cassidy. Enquanto isso, Eisenstein descobre evidências que podem colocar Starr em maus lençóis; e Cara-de-Cu conhece o outro lado da fama.

Positivo/Negativo: Garth Ennis é um canalha tão grande quanto os seus personagens! É irritante a forma como ele vai liberando informações a conta-gotas, criando uma expectativa tão grande que deixa o leitor com comichões para saber mais. Chega-se ao fim da HQ xingando o maldito irlandês por prender a atenção tão eficientemente bem, para depois deixar tudo pros próximos números. O cara é bom, maldito seja.

Neste episódio, a trama se divide em três: 1) Custer finalmente descobre a verdadeira história de Cassidy; 2) A fria em que Starr se mete quando Eisenstein descobre suas artimanhas; e 3) Cara-de Cu sendo acusado de inspirar jovens ao suicídio. Nem é preciso dizer qual é o mais interessante, não?

Cassidy é, sem dúvida, um dos personagens mais profundos e bem desenvolvidos da história recente dos quadrinhos. Humano em todos os aspectos (embora, paradoxalmente, seja um vampiro), ele causou um verdadeiro redemoinho na cabeça dos leitores. Como um personagem tão cool, libertador e cativante pode ser também um verdadeiro monstro?

Esta é a pergunta que Jesse Custer fica se fazendo, sem conseguir achar uma resposta. É comovente ver como, mesmo magoado e com raiva, o ex-pastor continua tentando entender o que deu na cabeça do amigo, entender por que ele faz as coisas que faz, de onde vem sua maldade, sua fraqueza.

Jesse está dividido entre a mágoa e o amor pelo amigo, sentindo-se traído, confuso, querendo acreditar que o verdadeiro Cassidy é aquele que ele conheceu, e não esse estranho que se revela agora. Mas será verdade?

Infelizmente, Ennis segurou as coisas piores para a próxima edição, mas o pouco revelado aqui já dá o que pensar. É curioso perceber que Cassidy passa a maior parte de sua vida escondendo-se atrás de máscaras, cuidadosamente tentando não revelar nada de si para ele próprio, ora com álcool, ora com drogas, eternamente fugindo e procurando acreditar ser um cara livre, indomado, que não deve satisfações a nada e nem a ninguém.

Custer, por sua vez, embora tenha muitos defeitos, é um homem de honra, que jamais faltaria com suas dívidas ou daria as costas para um amigo, ainda que este o tenha esfaqueado pelas costas.

Afinal, mesmo depois de tudo o que aconteceu, como esquecer momentos como o da edição 28 (numeração americana) em que Cassidy abraçou Jesse dizendo: "Tu és o único amigo que já tive". Os números finais prometem... e muito. Mais reflexões sobre o vampiro nos próximos reviews.

Um destaque para a capa de Glenn Fabry, que se superou dessa vez, desenhando todos os personagens que já deram as caras em Preacher desde a estréia. É divertido tentar reconhecer todas as caras que aparecem.

Outro ponto positivo vai para a seção Indo pro Texas, na qual o editor Eloyr Pacheco finalmente resolveu explicar as causas dos inúmeros atrasos nas edições quinzenais da série e tranqüiliza os leitores, ao garantir que todos os episódios que restam já estão digitalizados e tratados. É esperar pra ver.

Classificação:

4,0

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