Projeto Manhattan # 1
Editora: Devir – Edição especial
Autores: Jonathan Hickman (roteiro) e Nick Pitarra (arte) – Originalmente publicado em Manhattan Projects # 1 a # 5.
Preço: R$ 45,90
Número de páginas: 152
Data de lançamento: Dezembro de 2014
Sinopse
Os bastidores do Projeto Manhattan que, durante a Segunda Guerra Mundial, reuniu algumas das mentes mais brilhantes da época para, entre outras coisas, desenvolver a bomba atômica. Só que isso é somente uma fachada para os projetos realmente importantes (e secretos) desenvolvidos pelo grupo de cientistas.
Positivo/Negativo
Antes de tudo, parabéns à Devir por trazer ao Brasil este material fantástico, que sai da mesmice do mercado convencional de quadrinhos, pela capacidade de explorar um humor sarcástico e ácido.
Mas o preço é elevado pela quantidade de páginas, mesmo com o excelente acabamento. A Devir também pisa na bola no título. Tem um “S” muitíssimo importante no nome original: projects.
Primeiramente, para separar realidade de ficção. Assim, o Projeto Manhattan histórico é aquele sobre o qual todo mundo aprendeu na escola e que não deve ser confundido com o material de Hickman e Pitarra.
E segundo porque – e isto é justamente a chave da série – o projeto da criação da bomba é apenas uma fachada. São os múltiplos e bizarros planos que a equipe desenvolve (que vão de profanar o cadáver de um ex-presidente à exploração do espaço) que realmente justificam a existência de tal empreendimento.
Há algo de fascinante e bizarro na trama que mistura ficção histórica e científica de maneira tão orgânica. Afinal, é fácil aceitar aquelas personas esdrúxulas como coerentes e reais, e é neste ponto que a série cresce.
Os absurdos vão se acumulando de tal maneira que, no começo instiga o leitor questionar sobre a possibilidade e similaridades com o mundo real, mas, ao final deste primeiro arco, o fará coçar a cabeça para refletir sobre a verdadeira intenção dos autores com essas maluquices.
Porque são esses absurdos criativos que dão o tom da série e criam vários contrastes fascinantes com as personalidades em que se baseiam.
Hickman faz algo semelhante a Vonnegut em seu Cama de Gato (Cat's Craddle, de 1963), conduzindo uma trama fictícia com paralelos bem reais para estabelecer justamente os absurdos que permeiam a história da criação da bomba atômica, e como ela mudou o mundo.
Ainda que Hickman abrace mais a ficção científica que Vonnegut.
A chamada da série pode inferir que a ciência é ruim, mas o título, sem dúvida não é.
Classificação