QUADRINHÓPOLE # 1
Título: QUADRINHÓPOLE # 1 (Quadrinhópole)
- Revista independente
Autores: Undeadman - Crepúsculo ao Amanhecer - Leonardo Melo (roteiro) e André Caliman (arte);
Invisíveis - Pablo Casado (roteiro) e Thiago Oliveira (arte);
Seqüestro Relâmpago - Leonardo Melo (roteiro) e André Caliman (arte);
Campo de Feijãotração - Leonardo Melo (roteiro) e Anderson Xavier (arte);
Tiras - Chico Felix (roteiro e arte).
Preço: R$ 3,00 (em comic shops) ou R$ 5,00 (com entrega via correio)
Número de páginas: 28
Data de lançamento: Outubro de 2006
Sinopse: Undeadman - Crepúsculo ao Amanhecer - Conheça o imortal Jason de Ely e saiba por que ele não pode morrer.
Invisíveis - Vá ao limiar da ficção para ver o inusitado personagem Nash usar seus poderes místico-científicos a serviço da misteriosa Agência.
Seqüestro Relâmpago - Um empresário mostra como é se tornar vítima de um seqüestro relâmpago.
Campo de Feijãotração - Uma divertida história sobre o rigoroso processo de escolha dos feijões... sob a ótica dos mesmos.
Positivo/Negativo: A primeira edição da revista independente Quadrinhópole deixa a desejar. Apesar de trazer a interessante proposta de ser uma revista mix com uma série fixa e outras três histórias fechadas e de ter um acabamento gráfico bom, precisa melhorar bastante.
O problema começa na capa. Ela é assinada pelo quadrinhista José Aguiar, que já publicou, entre outras revistas, em Canalha Especial, Gralha - As Primeiras Aventuras e Manticore, todas ganhadoras do Troféu HQ Mix. Mesmo assim, parece ter sido feita às pressas, principalmente a cor, um tanto artificial, que mata um pouco o trabalho de preto-e-branco.
A primeira história é uma aventura medieval com uma boa sacada: mostra um cavaleiro ferido mortalmente, preso pela própria espada, mas que, ainda assim, não pode morrer. O trabalho de preto-e-branco foi competente e a impressão ajudou a dar um destaque ao visual.
Contudo, percebe-se que o desenhista ainda precisa aprimorar seu traço. Os cenários são bem feitos, com vários detalhes, mas a definição dos personagens têm que ser mais trabalhada. Em algumas cenas, eles são bem representados; em outras nem tanto.
Invisíveis, de Pablo Casado, é a história mais esperada da revista, porém, não está tão acima da média. O autor tem, aos poucos, construído um bom nome no ramo dos fanzines com os títulos da Napalm! Comics, mas, aqui, seu trabalho não cativa o leitor.
Apesar de mostrar conceitos diferentes de magia, a trama mais parece um prelúdio de algo maior. E não uma HQ autoconclusiva. Talvez se Casado continuar explorando esse universo que começou a criar depois de algumas edições surja algo bem interessante.
O desenho de Thiago Oliveira é bom, com forte influencia do mangá, tomando emprestado também elementos visuais de jogos de videogame da década de 1990. Destacam-se o visual do lobo-xamã e o trabalho em tons de cinza, que cria um clima adequado para a trama.
Mesmo assim, é perceptível que Oliveira ainda não tem um estilo bem definido, misturando conceitos que, ainda, não funcionam de forma harmônica.
Também houve um erro de impressão na primeira página da história, que ficou fora de foco, provavelmente por estar em uma resolução inferior à que deveria.
Seqüestro Relâmpago apresenta um desenhista bom, mas metade da história é com quadros completamente pretos e balões, pois mostra o ponto de vista do seqüestrado. É um recurso legal, mas certamente não deveria durar quatro páginas. A trama policial se salva pela virada interessante no final, mas cansa um pouco pelo excesso de diálogos.
A revista fecha mal, com Campo de Feijãotração. O maior problema é o visual, que destoa completamente do restante da revista. O traço é simples, tenciona ser cartunesco, mas acaba pecando em muitos pontos. A idéia em si, apesar de tentar ser engraçada e partir de uma premissa razoável, não salva a história.
No geral, é uma revista com cara de primeira edição, com muito a melhorar. Mas vale a pena acompanhar para ver a evolução desses artistas.
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