QUADRINHÓPOLE # 4
Título: QUADRINHÓPOLE # 4 (Avenida)
- Revista independente
Autores: Undeadman - Leonardo Melo (roteiro) e André Caliman (arte);
Pôker - André Caliman (roteiro e arte);
Diálogo com a Morte - Daniel Esteves (roteiro), Wagner de Souza e Alex Rodrigues (arte);
Cigarros - Liber Paz (roteiro e arte);
5 segundos - Leonardo Santana (roteiro) e Dell Rocha (arte);
A História de Ticlau - Leonardo Melo (roteiro) e Anderson Xavier (desenhos).
Preço: R$ 3,00
Número de páginas: 24
Data de lançamento: Julho de 2007
Sinopse: Undeadman - Continuando a narrativa sobre a origem de Jason de Ely, agora o feiticeiro ressurge para sua vingança, trazendo tragédia à família do cavaleiro.
Pôker - Acompanhe um narrador não tão fiel nesse bangue-bangue introspectivo;
Diálogo com a Morte - Um diálogo sobre vida após a morte.
Cigarros - A história de um fumante e do que alguém é capaz por um cigarro.
5 segundos - Na época da ditadura, será que ainda poderia haver espaço para o amor?
A História de Ticlau - Adaptação de uma peça de teatro com a história da bailarina Ticlau.
Positivo/Negativo: A revista chega ao seu quarto número com uma capa bem diferente das anteriores. Felizmente, o editor optou por tirar as chamadas e isso manteve a leveza visual do belo trabalho do desenhista Rafael Albuquerque.
Novamente a revista abre com a história de cavalaria Undeadman. Quanto mais a série evolui, mais suas partes parecem curtas, pois a narrativa tem crescido bastante e prende a atenção do leitor. Além de um desenho competente, o texto melhorou em relação às edições anteriores, deixando a leitura agradável.
Pôker também é desenhada por André Caliman, que aproveita para atacar de roteirista. A arte é bem executada e o em preto-e-branco cria um visual bacana. Contudo, fica claro que seus textos ainda não estão no ponto. Há idéias boas, mas, assim como HQ que ele fez para a excelente revista Avenida, a narrativa é um pouco confusa.
A proposta geral da história, o jogo de conceitos com o blefe do pôker, é inteligente, mas a narrativa "embola" a ponto de pedir uma segunda leitura.
Diálogo com a Morte surpreende por, em apenas uma página, fazer uma discussão tão pesada como vida e morte. A idéia e o desenho são legais, o problema é que se percebe uma pretensão poética do roteirista, que tropeça num clichê narrativo de contar primeiro o fim e depois o que antecedeu aquela situação.
O principal destaque da revista é 5 segundos, uma história forte, muito bem contada e com visual excelente. O trabalho de Dell Rocha é ótimo. Limpo, estilizado na medida e com belas jogadas de preto-e-branco.
A única coisa que deveria ser tirada da HQ é o quadro no alto à direita na página 21, um clichê visual desnecessário. Os olhos da personagem no fundo da cena em que ela relembra o passado querem indicar que aquilo está passando pela cabeça dela naquele momento.
O problema não é só o fato de isso ser óbvio, mas a cena ficaria melhor sem esse artifício, além de deixar em aberto a possibilidade desta ser uma lembrança também do outro personagem envolvido.
A revista encerra bem com a adaptação de uma peça de teatro. É uma história simples e inteligente, que tem a ver com o espírito de uma publicação independente. Além disso, o desenho de Anderson Xavier, mesmo não sendo tão requintando e com um estilo bem definido como o dos outros artistas da edição, ficou adequado para representar a bailarina.
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