Rachel Rising – Volume 1 – The Shadow of Death
Editora: Abstract Studio - Edição especial
Autor: Terry Moore (roteiro e arte) – Originalmente publicado em Rachel Rising # 1 a # 6.
Preço: US$ 16,99
Número de páginas: 152
Data de lançamento: Março de 2012
Sinopse
Rachel Beck desperta em uma cova rasa, sem qualquer memória dos eventos que a colocaram lá. Agora, precisa descobrir quem é seu assassino, e por que recebeu esta segunda chance, além de tentar entender um pouco de todo o caos que parece convergir em sua direção.
Positivo/Negativo
É verdade que a premissa não é exatamente inovadora ou original (pra ficar só nos quadrinhos, há O Corvo, Desafiador e Espectro, que voltam dos mortos para investigar e vingar as condições de seus assassinatos), mas ver o retorno de Terry Moore, criador de Estranhos no Paraíso, e em tão boa forma, é o suficiente para deixar para trás os clichês que a história possa ter.
Ainda assim, há uma diferença substancial: enquanto o tema comum dessas outras obras é a vingança ou alguma noção de justiça, em Rachel Rising, a protagonista Rachel Beck busca apenas compreender o absurdo de sua situação e como lidar com seu pós-morte. Procura seus amigos para orientação e conforto, e tenta cooptar com a estranheza de sua nova condição.
E Moore mostra-se inspirado, ao criar um conto de horror como há muito não se vê.
Flertando com seu estilo tradicional de desenvolver personagens, ele desenvolve a história de forma lenta e cadenciada, dando tempo para que cada subtrama e coadjuvante tenha sua exposição.
Assim, aos poucos, a história da garota que volta dos mortos vai ganhando tons cada vez mais sinistros, conforme os crimes vão se sucedendo e outros bizarros personagens (tão comuns e ordinários à primeira vista, mas cada qual com seu segredo macabro) surgem.
Logo nas primeiras páginas de Rachel Rising, sem qualquer diálogo, a protagonista vai se situando em meio à estranheza de despertar da morte em um campo abandonado, com uma figura feminina observando à distância, o que atiça a curiosidade do leitor com as mais diversas perguntas. E, como todo mestre na narrativa, Moore vai provocando aos poucos, oferecendo pequenas migalhas para indicar o caminho.
É um horror muito mais psicológico do que gráfico, pois raramente são mostrados atos violentos – e o número de corpos aumenta consideravelmente a partir da terceira edição. Tudo é indicado pelo intuito narrativo, e isso é muito bom. Mostra a versatilidade de Moore em trilhar um terreno bem diferente daquele que o consagrou.
Rachel Rising foge do lugar-comum de sua premissa e cria uma série intrigante, inteligente e empolgante. Que as editoras brasileiras fiquem de olho.
Classificação