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RASL

1 dezembro 2010

RASL

Editora: Cartoon Book - Edição especial

Autor: Jeff Smith (roteiro e arte).

Preço: U$ 13,00

Número de páginas: 112

Data de lançamento: Fevereiro de 2009

 

Sinopse

Um homem misterioso, que possui um estranho aparato que lhe permite viajar entre mundos paralelos, age como um ladrão de arte. Mas as coisas começam a dar errado quando aparece um estranho seguindo-o.

Positivo/Negativo

RASL é a esperada revista independente do premiado autor de Bone, Jeff Smith. Uma obra, como ele fez questão de ressaltar várias vezes, que seria muito diferente da anterior, para uma audiência adulta. Afinal, o protagonista viaja entre as dimensões, mas fica tão desgastado que, para se recuperar, precisa fumar, beber e fazer sexo - o máximo possível.

A premissa básica de RASL, na verdade, esconde o jogo. Este volume, que reúne as três primeiras edições originais, começa a jogar para o leitor as partes do quebra-cabeça que estão na mente do autor.

Muitas perguntas são deixadas no ar, como: o que significa RASL? Quem é Maya, por que uma tatuagem enorme com esse nome está no braço do protagonista? Como se dão as viagens entre as dimensões? E várias outras que contribuem para o clima de mistério da trama.

Smith é um mestre da narrativa. Talvez seja seu passado como animador, mas cada quadro de suas revistas é como uma cena animada em miniatura. Diferentemente de Bone, RASL não faria o mesmo sucesso se fosse colorido: o traço do autor cai como uma luva para a atmosfera noir. E aqui ele explora mais personagens humanos, seus conflitos e mistérios, o lado negro etc. E isso deixa a obra muito mais impactante.

Ele também fez muita pesquisa de locais e de teorias da Física, para justificar da melhor maneira possível como se dá a passagem entre os mundos. Figuras importantes da ciência, como Nikola Tesla, têm sua parcela de contribuição ao lado ficção científica da obra. Assim como o tempo que o autor passou no deserto do Arizona, que o inspirou em alguns ganchos que faltavam para botar a história em movimento.

Assim como em Bone, é fácil notar que Jeff Smith conta a história no seu ritmo. Ele sabe muito, mas não tudo, do que vem pela frente, e vai contando aos poucos.

Entre pesadelos, flashbacks e comentários do personagem central, a trama vai ganhando peso, envolvendo o leitor, deixando-o ansioso pelo desfecho

RASL foi planejado para ser lançado trimestralmente, com 32 páginas, mas como houve pedidos para que fossem lançadas mais edições, num intervalo menor, ficou decidido que seriam publicadas edições bimestrais, de 22 páginas.

As edições encadernadas possuem um tamanho maior que o americano (25 cm x 30 cm) e seu único defeito é saírem num ritmo bem mais lento do que o leitor gostaria.

Classificação:

4,0

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