Com uma história simples e repleta de cenas de ação, Red - Aposentados e perigosos captou a atenção de Hollywood e ganhou uma adaptação cinematográfica com Bruce Willis no papel principal.

É fácil entender os méritos da história. Em poucas páginas, o leitor é lançado em meio a turbilhão de sequências de tiroteio que só vai acabar na última página. São cenas quase cinematográficas, que parecem feitas sob medida para um roteiro de filme.

O protagonista, Paul Moses, é interessante e cativante. Depois de ter passado a vida inteira assassinando pessoas, ele só quer curtir sua aposentadoria tranquilamente, enquanto remói sua culpa e interage com pessoas por meio de telefonemas e cartas. Quando sua calma é interrompida, o cara sai fazendo o que sabe melhor: matar.

A história, no entanto, é superficial, servindo apenas de suporte para a fúria assassina de Moses. O mais longe que Ellis vai é quando sugere que o protagonista seria o assassino de personagens bastante conhecidos da História dos Estados Unidos. É uma boa diversão, mas peca pela falta de profundidade.

A arte de Hamner é dinâmica, limpa e tem muita personalidade. As cenas de tiroteios e cabeças explodindo fluem no seu traço e nas cores de David Self. Se o roteiro de Ellis já é cinematográfico, o desenhista deixa a ação ainda mais rápida e envolvente.

E ponto para a Panini, que, desta vez, acertou: a HQ chegou poucos dias depois da estreia do filme, em uma versão revista, com acabamento simples e preço acessível.