Thunderbolts mostra qualidade no roteiro, com Andy Diggle expondo as transformações da equipe após a ascensão de Osborn ao poder. Os diálogos e as situações que fogem da ação convencional são o ponto forte da trama, com destaque para a conversa entre o Homem-Radioativo e Soprano; e a empolgante participação do Mercenário.

Nesta nova fase, a série promete, com um início promissor. Os desenhos são apenas convencionais, mas não comprometem o resultado final.

Guerreiros Secretos é o ponto fraco da revista. Neste primeiro número, a narrativa é pouco imaginativa, entrecortando momentos da Segunda Guerra Mundial com o presente. As ilustrações de Stefano Caselli são satisfatórias, mas o tom pastel utilizado nas cores prejudica demais o visual, deixando-o monótono.

Invasão Secreta - Reinado Sombrio foi um especial de edição única, cuja leitura é fundamental para se compreender o status quo do Universo Marvel após o desfecho de Invasão Secreta.

Brian Michael Bendis (nota do UHQ: esta é uma opinião do resenhista) é um escritor limitado, que tem como principais características a descaracterização de personagens clássicos e a utilização de retcons desnecessários em suas histórias, que acabam por desvirtuar a essência de heróis consagrados.

A narrativa do autor é muito lenta, recheada de diálogos enfadonhos. Assim, não dá pra esperar muita coisa, ainda mais se o leitor se lembrar das passagens terríveis de Bendis pelos Vingadores e pelo Demolidor, e a tola trama de Invasão Secreta.

O enredo deste one-shot até funcionaria bem se fosse passado num universo paralelo. Afinal, não é nada crível Namor, Doutor Destino e Loki sendo subservientes a Norman Osborn. E tal obediência não se justifica nem mesmo pela presença do misterioso aliado superpoderoso de Osborn, visto que os três personagens supracitados jamais aceitariam ordens.

Mais decepcionante ainda é a insistência de Bendis em promover o Capuz a vilão de primeiro escalão, pois é um personagem chato e sem carisma. Pra piorar a situação, a arte de Alex Maleev é sofrível. Seu traço é sujo e carece de movimento, com os personagens parecendo estáticos o tempo inteiro. Além disso, apresenta erros de continuidade primários, como se pode observar nas páginas 58 e 59.

Pra piorar, Maleev teve a péssima ideia de desenhar o Demolidor com a cara de Brian Bendis, numa brincadeira ridícula, com resultados pra lá de constrangedores.

Vingadores sombrios é a HQ mais aguardada da revista, e não decepciona. Bendis desta vez acerta e surpreende com diálogos inteligentes e recheados de fina ironia. As sequências de recrutamento de cada novo integrante dos Vingadores são interessantes, com destaque para a excelente passagem com a Miss Marvel chorando, e o momento em que Venom lida com um skrull à sua maneira.

Também foi ótima a referência à minissérie Guerras Secretas. A ideia de uma equipe de vilões se fazendo passar por heróis clássicos permite uma miríade de situações muito bem exploradas pelo autor.

Some-se a isso a excelente arte do brilhante Mike Deodato, que se destaca pela habilidade em fazer expressões faciais, e o resultado é uma HQ de super-heróis impecável.