Depois de um excelente começo, Vingadores Sombrios apresenta uma série de problemas, visto que Bendis começa a incorrer em seus vícios narrativos: o escritor possui falhas gravíssimas como roteirista, e tem o péssimo hábito de deixar muitas lacunas sem solução nas tramas que escreve.

Para não fugir à regra, ele não explica o porquê de Morgana querer tanto se vingar do Doutor Destino, e continua teimando com as ridículas ressurreições da vilã.

Além disso, o senso de continuidade de Bendis é pífio: numa sequência, o Mercenário jura que vai matar Venom e, páginas depois, ambos estão sentados lado a lado, como se nada tivesse acontecido.

Mais grave ainda é Morgana sendo retratada no período Jurássico, com homens e dinossauros aparecendo juntos no mesmo painel.

Fechando o festival de erros, Vê-se Destino utilizando uma espécie de cubo cósmico para derrotar Morgana. Ora, se ele possuía um artefato tão poderoso, por que o usou tão tardiamente?

A impressão é que Bendis só usou este recurso no fim da trama para poder esticar a história por três edições. O que se salva são alguns bons diálogos e a arte do brasileiro Mike Deodato, que continua exuberante.

Guerreiros Secretos segue absurdamente ruim, e não dá nenhum sinal de melhora. Há muita pancadaria, mas a trama é frágil e tola.

Os roteiristas encheram três edições com situações modorrentas, que não levam a lugar nenhum. Tanto que lê-las até o fim exige grande força de vontade.

Enfim, Vingadores Sombrios possui alguma qualidade em termos de diálogo e uma arte impecável, mas três histórias de Guerreiros Secretos na mesma revista fazem desta uma das piores edições Marvel já lançadas pela Panini.