Esta edição de Reinado sombrio é a primeira sem Dark Avengers, o carro-chefe da revista. Em seu lugar, a Panini publicou a edição especial Dark Reign - The Cabal, cuja proposta é abordar cada integrante da Cabala isoladamente.

São cinco histórias curtas, a cargo de equipes criativas bastante heterogêneas, o que deixa o resultado final um bastante irregular.

A trama focada no Doutor Destino é, sem dúvida, a melhor. Neste breve conto, o escritor Jonathan Hickman apresenta um bom domínio narrativo e exalta toda a empáfia e egocentrismo do maior vilão da Marvel, auxiliado pela ótima arte digital de Adi Granov.

A aventura seguinte, estrelada por Emma Frost, é rasa demais e absolutamente desnecessária, sem acrescentar nada à personagem.

Em seguida, Rick Remender roteiriza uma HQ do fraquíssimo e pouco carismático Capuz, que foi alçado à condição de grande vilão urbano da Marvel nos últimos anos. O resultado é desanimador, usando uma fórmula esgotada e desprovida de brilho.

Namor é o protagonista da trama seguinte, um autêntico exemplo de como não se deve fazer HQs. O roteiro é pífio e totalmente fora de contexto, apresentando o monarca da Atlântida mal caracterizado e longe de fazer jus ao herói eternizado em tantos clássicos da "Casa das Ideias".

Para piorar ainda mais, o traço caricato de Carmine Di Giandomenico não combina com HQs de super-heróis.

Finalizando a revista, um inusitado jantar entre Loki e Doutor Destino, escrito de maneira saborosa pelo bom Peter Milligan. Neste conto singelo, todo o cinismo e ambição desmedida do Príncipe das Mentiras são bem explorados pelo autor.

O legado do Duende é uma história burocrática, que mostra pela milésima vez que Norman Osborn é uma bomba-relógio que pode explodir a qualquer momento.

Por fim, Thunderbolts parece estar ganhando fôlego, com uma melhora no argumento. Andy Diggle começa a dar um norte à trama, desenvolvendo mais os personagens (sobretudo o Fantasma e o Carrasco) e introduzindo um novo (e mortífero) integrante à equipe.