ROBIN E BATGIRL - SANGUE DERRAMADO
Título: ROBIN E BATGIRL - SANGUE DERRAMADO (Panini
Comics) - Edição especial
Autores: Robin - Bill Willingham (roteiro) e Damion Scott (desenhos);
Batgirl - Andersen Gabrych (roteiro) e Alé Garza (arte).
Preço: R$ 6,90
Número de páginas: 96
Data de lançamento: Abril de 2006
Sinopse: Depois do trágico desfecho de Jogos de Guerra, quando Stephania Brown - a Salteadora - foi assassinada pelo vilão Máscara Negra, Robin e Batgirl partem para Blüdhaven.
Mas a cidade não é um lugar seguro para heróis, principalmente quando o Pingüim está por perto! Os dois precisarão lutar por suas vidas e talvez apenas um deles sobreviva...
Positivo/Negativo: Um dos grandes problemas da revista do Batman atualmente é que, depois de uma saga tão intensa e dramática como Jogos de Guerra, decidiu-se publicar histórias "pré-Jogos". Então, o leitor não consegue sentir como todos aqueles eventos afetaram a vida dos Vigilantes de Gotham.
Na contramão, vem esse arco que passa pelas revistas do Robin e da Batgirl. Ele é totalmente apoiado nas perdas que o Menino-Prodígio sofreu, que não foram poucas, e mostra como ele está lidando com tudo.
Tim decide mudar para Blüdhaven e recebe a companhia da Batgirl enviada pelo Batman para protegê-lo e para aprender com ele.
Infelizmente, apesar da boa intenção, a revista é péssima. A única coisa que se salva é a fala de Alfred para Bruce dizendo que quando Tim assumiu o manto do Robin, ele esperava que o otimismo do rapaz passasse para o Batman, mas agora vê que está ocorrendo o contrário.
Fora isso, tem-se uma ou duas lutas interessantes e uns jogos de palavras nas histórias da Batgirl que estão bem construídos.
O principal problema da edição são os desenhos. Damion Scott tenta fazer um traço mais solto, com alguma influência do mangá, mas seus personagens são totalmente deformados e em cada cena as proporções deles se alteram.
Ainda se houvesse uma justificativa para isso até se poderia entender, mas tudo parece tão aleatório, que só se pode atribuir à falta de esmero do desenhista.
Alé Garza já é melhor. Seu traço é mais definido, constante, com alguma estilização e criando boas cenas de ação. Mas ele tem um defeito grave: toda vez que faz um personagem atacando com a "câmera" posicionada de baixo para cima, desenha o pé e a perna como um cilindro só, o que é horrível.
O roteiro também não ajuda. Novamente, o caso do Robin é mais grave. Parece que as idéias ruins surgem na revista dele e o escritor de Batgirl precisa se virar do jeito que pode no seu título.
Só para citar uma das idéias geniais, o Pingüim prende Robin e Batgirl e decide soltá-los para que lutem entre si. De onde será que tirou uma idéia tão absurda? Dois heróis, sem motivo algum, são libertados e, em vez de fugir, vão lutar até a morte só porque todo mundo está apostando. Essa concorre ao pior argumento do ano.
Para completar o estrago da série, aparentemente um roteirista não conversou com o outro e na primeira história da Batgirl, quando ela recapitula o que ocorreu em Robin, mostra a intervenção dela na luta de Robin com Shrike de forma diferente do que foi visto na aventura anterior.
Para não dizer que nada se salva, a cena em que a Batgirl conta como ela aprendeu a ficar imóvel mesmo em situações extremas é excelente. Assim como a discussão sobre o tipo de pai que ela teve e o exemplo do Batman, que foi a única coisa que lhe restou como objetivo na vida.
Talvez a maior decepção para o leitor seja ver que Batgirl está muito melhor que Robin, mas as histórias dela não serão publicadas e as dele, sim.
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