ROKO-LOKO E ADRINA-LINA – BORN TO BE WILD!
Editora: Opera Graphica - Edição especial
Autores: Marcio Baraldi (texto e desenhos).
Preço: R$ 10,00
Número de páginas: 48
Data de lançamento: Setembro de 2006
Sinopse
Edição de luxo (formato 21 x 28 cm, capa cartonada com orelhas e miolo em papel couché) comemorativa dos dez anos de criação de Roko-Loko, personagem do cartunista Marcio Baraldi, apresentando uma seleção de HQs e tiras publicadas originalmente entre 2002 e 2004.
Positivo/Negativo
O humor de nicho da série de tiras e HQs do Roko-Loko dificilmente será digerido por quem não gosta de rock'n'roll (incluindo heavy metal, punk rock e outras vertentes da "música do diabo").
Não é à toa que o personagem é publicado exclusivamente na revista Rock Brigade, a mais longeva do segmento no Brasil.
E não basta apenas ser headbanger. Também é preciso ter um bom conhecimento sobre o assunto para entender muitas das piadas presentes nesta coletânea, que brinca com fatos e momentos marcantes de bandas e artistas.
É o caso da HQ Rock mal-estar, em que Rob Halford (sem ter o nome citado), vocalista do Judas Priest, alfineta Tim "Ripper" Owens, que o substituiu na banda entre 1996 e 2003. O próprio nome da história é uma brincadeira com Rock Star, filme inspirado na vida de Owens.
A divertida Para, noia, para!, com os barbudos do ZZ Top sendo confundidos com extremistas árabes, também perderia a graça para o leitor que não conhecesse a aparência característica desses "dinossauros" do rock.
Desde o subtítulo Born to be wild! - petardo do Steppenwolf, considerado o marco zero do rock pesado, graças ao termo heavy metal cunhado em uma das estrofes da música, gravada pela banda em 1968 - até os títulos de HQs e nos trocadilhos infames de alguns diálogos, esta edição é um poço de citações e referências.
E ainda traz dois belos destaques: O sonho não acabou, quadrinização de Imagine, de John Lennon; e Era um garoto que como eu amava os Pistols e os Ramones, tocante homenagem ao vocalista Joey Ramone, morto em 2001, vítima de câncer na garganta.
Apesar desses e de outros bons momentos - como a participação de versões cartunescas de Mauricio de Sousa, Ziraldo e Angeli -, Roko-Loko e Adrina-Lina - Born to be wild! escorrega na qualidade em algumas HQs fracas, além de outras em que, devido à sua ideologia política, Baraldi comete certos exageros ao exaltar guerrilheiros armados e colocar Che Guevara no mesmo panteão de Chico Xavier e Mahatma Ghandi.
Também há muitos erros de português pontuando toda a edição, começando pelos dois prefácios.
Seja como for, este álbum de "trovão de metal pesado" em quadrinhos continua sendo a melhor maneira de curtir rock'n'roll sem trilha sonora.
Gabba Gabba Hey!
Classificação: